Quando uma pessoa não consegue pagar a fatura do cartão de crédito, a primeira atitude é usar o rotativo do cartão. Porém, essa é uma das formas de financiamento mais caras do país e pode criar um efeito bola de neve nas finanças pessoais.
De acordo com o Banco Central, a taxa média de juros do rotativo é de 446,6% ao ano. Para efeito de comparação, um empréstimo pessoal possui taxas anuais que giram em torno de 20% a 50% ao ano.
Como é possível ver, existem formas mais baratas de financiar uma dívida quando não conseguir pagá-la, sendo esse um dos pontos centrais que faz do rotativo do cartão, um dos empréstimos a serem evitados como veremos ao longo deste artigo.
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O que é o rotativo do cartão?
O rotativo é uma linha de crédito oferecida pelas administradoras de cartões quando o consumidor não paga o valor total da fatura. O saldo devedor é automaticamente transferido para o crédito rotativo e, com isso, são cobrados juros. O grande problema é que, por serem elevados, a dívida cresce rapidamente e pode se tornar impagável em pouco tempo.
Como não cair no rotativo do cartão de crédito?
Para não cair nos juros do rotativo e ver a dívida crescer de maneira exponencial, é importante seguir algumas dicas práticas como veremos a seguir.
1. Pague sempre o valor total da fatura
A melhor maneira de evitar cair no crédito rotativo é pagar sempre o valor total da fatura do cartão de crédito. Pois, ao pagar apenas o valor mínimo, você entra automaticamente no crédito rotativo e começa a pagar juros altíssimos.
Por exemplo, se sua fatura fechou em R$ 1 mil e você pagar apenas R$ 100, a diferença de R$ 900 entra no crédito rotativo, e a taxa de juros que incide sobre esse valor gira em mais de 440% ao ano.
E o que fazer se não conseguir pagar o valor total da fatura? Nessa situação os dois melhores caminhos são: tomar um empréstimo pessoal que possui juros menores, ou então parcelar a fatura do cartão.
2. Estabeleça um limite de gastos no cartão
Controlar seus gastos é essencial para não cair na armadilha do crédito rotativo. Estabeleça um limite de gastos mensal que esteja dentro da sua capacidade de pagamento.
Por exemplo, anote todas suas despesas fixas que devem ser pagas logo que você recebe, e depois veja o quanto sobra para gastar no cartão. Divida esse valor por 4 e assim saberá o quanto pode gastar por semana.
Se a sua renda é de R$ 3 mil, e você tem R$ 2 mil de custo fixo, você pode gastar apenas R$ 1 mil no cartão. Dividido por 4 semanas no mês, seu orçamento semanal é de R$ 250.
Ao manter o controle, você evita surpresas no fechamento da fatura e reduz as chances de precisar recorrer ao crédito rotativo que é um dos mais caros do mercado.
3. Evite parcelamentos sem planejamento
O parcelamento de compras no cartão de crédito pode parecer uma solução fácil, mas muitas vezes ele vem acompanhado de juros elevados.
Se você precisar parcelar, certifique-se de que as parcelas cabem no seu orçamento e que não comprometerão outras despesas essenciais.
Ainda que tenha juros altos, o parcelamento é melhor do que pagar o mínimo do cartão de crédito. O ideal é conseguir um empréstimo consignado ou pessoal. Mas se não for possível, então recorra ao parcelamento.
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4. Tenha apenas 1 cartão de crédito
Muita gente se perde nos gastos por ter mais de um cartão. Por isso, o ideal é concentrar tudo em uma fatura só. Assim, você passa a ter mais controle.
Além disso, evite compras parceladas. Pois, isso pode comprometer o seu orçamento futuro. Por exemplo, se você tiver 10 parcelas de R$ 50 para pagar, no final do mês terá pago um montante de R$ 500.
Pequenas parcelas acabam passando despercebidas e comprometendo o seu orçamento doméstico. Por isso, tenha muita atenção a elas.
5. Acompanhe seus gastos regularmente
Manter o controle sobre seus gastos com o cartão é essencial para evitar surpresas no fechamento da fatura. Utilize aplicativos de controle financeiro ou planilhas para monitorar seus gastos e garantir que não ultrapassem o seu limite de pagamento.
Use aplicativos como Organizze ou GuiaBolso para registrar e acompanhar todos os seus gastos no cartão. Isso permite que você veja rapidamente se está gastando mais do que o planejado e tome providências antes que seja tarde demais.
Em resumo
- O rotativo do cartão possui os maiores juros do mercado;
- É melhor parcelar a fatura do que pagar o mínimo dela;
- É preferível tomar um empréstimo pessoal para pagar a fatura;
- É aconselhável usar apenas um cartão de crédito;
- Controlar as despesas em uma planilha ou App é a melhor alternativa.
Conclusão
Conforme vimos neste artigo, o rotativo do cartão pode parecer a solução mais fácil para quem não conseguiu pagar a fatura, porém, com juros elevados, essa alternativa deve ser evitada para não cair em dívidas maiores.
O ideal é sempre concentrar os gastos em um único cartão, controlar as despesas em uma planilha ou aplicativo, e quando precisar, recorrer ao parcelamento do que pagar o mínimo da fatura do cartão.
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