A produção industrial brasileira caiu 0,2% em julho, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (03) pelo IBGE. O resultado representa o quarto mês consecutivo sem avanço e sinaliza um início fraco para o terceiro trimestre, em um cenário de juros elevados, consumo desaquecido e incertezas fiscais crescentes.
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Indústria brasileira perde ritmo e reforça sinais de estagnação no início do segundo semestre
Apesar de registrar alta de 0,2% na comparação com julho de 2024, o desempenho mensal evidencia a dificuldade da indústria em retomar o fôlego. A média móvel trimestral caiu 0,3%, consolidando uma tendência de desaceleração que preocupa economistas e empresários.
Entre os segmentos com pior desempenho, destacam-se metalurgia (-2,3%), outros equipamentos de transporte (-5,3%), bebidas (-2,2%) e manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (-3,7%).
Por outro lado, produtos farmoquímicos e farmacêuticos (+7,9%), alimentos (+1,1%) e indústrias extrativas (+0,8%) ajudaram a evitar uma queda mais acentuada.
No acumulado do ano, de janeiro a julho, a indústria cresceu 1,1%. Nos últimos 12 meses, a alta foi de 1,9%. Ainda assim, o ritmo é considerado frágil e insuficiente para sustentar uma recuperação robusta, especialmente em meio à política monetária ainda restritiva.
Especialistas ouvidos pela IA do Dinheiro, relataram que o dado de julho repete o sinal de fraqueza já indicado pelo PIB do segundo trimestre. A combinação de crédito caro, estoques elevados e incertezas fiscais segue pressionando a indústria — historicamente um dos primeiros setores a reagir em ciclos de retomada econômica.
A queda em julho ligou o sinal de alerta sobre a sustentabilidade da recuperação no segundo semestre, especialmente diante da cautela do Banco Central em flexibilizar a política monetária de forma mais agressiva.