Prefixados ou pós-fixados

A renda fixa sempre foi considerada a porta de entrada para quem quer começar a investir, e dentro desse universo uma dúvida é bastante comum: investir em títulos prefixados ou pós-fixados?

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Ainda que ambos sejam considerados investimentos seguros, as diferenças entre eles podem significar ganhos ou perdas relevantes dependendo do cenário macroeconômico e do horizonte de aplicação.

Nesse sentido, separamos neste artigo as principais diferenças entre os títulos prefixados e pós-fixados para você entender qual deles escolher. Boa leitura!

O que são títulos prefixados?

Títulos prefixados são aqueles em que a taxa de juros é definida no momento da compra, ou seja, o investidor já sabe quanto irá receber no vencimento, caso carregue o título até o fim do prazo contratado.

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Essa previsibilidade é o grande atrativo, uma vez que dá clareza sobre o rendimento futuro e facilita o planejamento de objetivos financeiros de médio e longo prazo.

Por exemplo, se você investir em um título prefixado com taxa de 10% ao ano por três anos. Mantendo o papel até o vencimento, receberá exatamente esse retorno nominal, sem depender de indicadores externos.

Entretanto, apesar de parecer seguro e previsível há riscos que precisam ser considerados:

  • Perda do poder de compra se a inflação for maior do que a taxa contratada.
  • Risco de marcação a mercado, já que, se precisar vender antes do vencimento, o preço pode cair em cenários de alta de juros.

Ou seja, o prefixado é seguro no vencimento, mas pode gerar prejuízos no curto prazo se for resgatado antes da hora, ou no longo prazo em cenários de aumento da inflação.

O que são títulos pós-fixados?

Os títulos pós-fixados são aqueles que possuem uma rentabilidade atrelada a um indexado como CDI, Taxa Selic ou IPCA e, portanto, o retorno final só será conhecido ao longo do tempo, visto que esses indicadores podem oscilar.

Essa estrutura oferece proteção em algumas situações:

  • Se os juros sobem, o rendimento também sobe.
  • Se a inflação acelera, no caso dos indexados ao IPCA, o investidor preserva o poder de compra.

Por isso, os pós-fixados são considerados mais adequados para quem busca liquidez e segurança em momentos de incerteza.

Em contrapartida, a previsibilidade é menor: o investidor não sabe exatamente o quanto terá no futuro, apenas que estará protegido contra determinadas variáveis.

Comparação direta entre prefixado e pós-fixado

CaracterísticaPrefixadoPós-fixado
Definição da taxaFixa no momento da compraDepende de indexadores (CDI, Selic, IPCA)
PrevisibilidadeAlta, se mantido até o vencimentoBaixa, varia conforme mercado
Proteção contra inflaçãoNão protegeProtege, se atrelado ao IPCA
Risco de mercadoSensível à marcação a mercadoMenor volatilidade
Perfil indicadoMédio e longo prazo, planejamento estávelCurto prazo, reserva de emergência, proteção
Definição da taxa Prefixado: Fixa no momento da compra Pós-fixado: Depende de CDI, Selic ou IPCA
Previsibilidade Prefixado: Alta, se mantido até o vencimento Pós-fixado: Baixa, varia conforme mercado
Proteção contra inflação Prefixado: Não protege Pós-fixado: Protege, se atrelado ao IPCA
Risco de mercado Prefixado: Sensível à marcação a mercado Pós-fixado: Menor volatilidade
Perfil indicado Prefixado: Médio e longo prazo, planejamento estável Pós-fixado: Curto prazo, reserva de emergência, proteção

A tabela mostra que os títulos prefixados podem ser mais indicados para o longo prazo, ou seja, para quem segura o valor até o vencimento, ao passo que os títulos pós-fixados são mais recomendados para construção de reserva de emergência.

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Quando optar por prefixados

Prefixados podem ser vantajosos em cenários de estabilidade ou de expectativa de queda de juros pelo Banco Central. Travar uma taxa elevada pode significar ganhos superiores no futuro. Além disso, eles são recomendados para quem tem metas claras e prazo definido.

Entre as situações em que prefixados fazem sentido estão:

  • Objetivos de médio e longo prazo (como comprar um imóvel ou formar reserva para aposentadoria);
  • Estratégias de diversificação para capturar retornos fixos em períodos prolongados;
  • Cenários em que se acredita que os juros tendem a cair, tornando o rendimento prefixado mais atrativo do que novas emissões futuras.

O cuidado está em não utilizar prefixados para objetivos de curto prazo ou quando há chance de precisar do dinheiro antes do vencimento. 

Quando optar por pós-fixados

Os pós-fixados são mais indicados quando há incerteza sobre a trajetória dos juros ou da inflação. São especialmente relevantes em duas situações:

  • Reserva de emergência: papéis atrelados à Selic ou CDI têm liquidez diária e baixa volatilidade, o que garante acesso ao dinheiro em qualquer momento;
  • Proteção contra inflação: títulos indexados ao IPCA preservam o poder de compra, já que o rendimento acompanha a alta dos preços.

Esses títulos oferecem tranquilidade, porque o investidor não precisa se preocupar em antecipar o futuro do mercado: basta carregar o papel e o retorno acompanhará o indicador de referência.

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Diversificação como chave da estratégia

A decisão não precisa ser exclusiva. O investidor pode — e muitas vezes deve — combinar prefixados e pós-fixados na mesma carteira. Essa estratégia oferece o melhor dos dois mundos: previsibilidade em parte dos recursos e proteção em outra parte.

Um portfólio diversificado pode incluir:

  • Pós-fixados de liquidez diária para emergências;
  • Prefixados para objetivos de prazo definido;
  • Indexados ao IPCA para preservação do poder de compra no longo prazo.

Dessa forma, a carteira fica equilibrada e preparada para diferentes cenários.

Risco de marcação a mercado

Um ponto fundamental a ser compreendido é a marcação a mercado. Até porque todos os títulos de renda fixa têm preços que variam diariamente no mercado secundário.

Para quem carrega até o vencimento, essa oscilação é apenas teórica. Mas para quem precisa vender antes, pode significar prejuízo ou lucro adicional.

  • Nos prefixados, a marcação é mais sensível. Uma alta inesperada de juros derruba o preço dos papéis;
  • Nos pós-fixados, o efeito é menor, pois a remuneração acompanha os indicadores.

Compreender esse mecanismo ajuda o investidor a definir prazos e evitar decisões equivocadas em momentos de volatilidade.

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Qual escolher afinal?

Não existe resposta universal. A escolha entre prefixado e pós-fixado depende de três fatores:

  1. Objetivo do investimento: curto, médio ou longo prazo;
  2. Tolerância a riscos: aceitar ou não oscilações de preço;
  3. Necessidade de liquidez: possibilidade de resgate antes do vencimento.

Prefixados entregam previsibilidade, mas exigem paciência. Pós-fixados oferecem proteção e liquidez, mas sem garantia antecipada do retorno exato.

O ideal é avaliar o papel de cada modalidade dentro da estratégia pessoal e nunca concentrar todo o portfólio em uma única opção.

Em outras palavras, quando a reserva de emergência já está construída, os títulos prefixados são indicados quando há uma tendência de queda na taxa de juros, ao passo que os pós-fixados são ideais caso haja uma tendência de aumento na taxa de juros.

Conclusão

Em resumo, escolher entre os títulos prefixados ou pós-fixados depende do objetivo do investimento, assim como da expectativa da taxa de juros da economia.

Afinal, quando se investe em títulos prefixados, os juros já são determinados no ato do contrato, e se a taxa de juros aumentar, ganha-se menos nessa modalidade.

Já os títulos pós-fixados são ideais para a construção da reserva de emergência, mas em investimentos de longo prazo em uma perspectiva de queda de juros, podem não ser a melhor decisão de investimentos.

Assim sendo, a escolha depende do objetivo de cada pessoa. Entretanto, a diversificação entre os dois tipos de investimentos pode representar o melhor caminho para quem está começando a investir.

FAQ – Perguntas Frequentes

O que são títulos prefixados?

São investimentos de renda fixa cuja taxa de juros é definida no momento da aplicação. O investidor sabe exatamente o quanto receberá no vencimento, desde que carregue o título até o fim. Traz previsibilidade, mas pode perder atratividade caso a inflação suba acima da taxa contratada.

O que são títulos pós-fixados?

São aplicações de renda fixa com rendimento atrelado a indicadores como CDI, Selic ou IPCA. O valor final não é conhecido de antemão, pois depende da variação desses indexadores. Oferecem maior proteção contra inflação e juros, mas têm menor previsibilidade de retorno futuro.

Qual a diferença entre prefixado e pós-fixado?

A diferença central está na forma de remuneração. O prefixado paga uma taxa fixa contratada no início. Já o pós-fixado acompanha indicadores econômicos, como CDI ou IPCA, variando conforme o cenário. Assim, prefixados oferecem previsibilidade, enquanto pós-fixados oferecem proteção contra inflação e mudanças nos juros.

Quando vale a pena investir em prefixados?

Prefixados são recomendados em cenários de estabilidade ou de expectativa de queda de juros. Nessas situações, travar uma taxa maior pode garantir ganhos mais altos no futuro. São indicados para objetivos de médio e longo prazo, com prazos definidos e baixo risco de necessidade de resgate antecipado.

Quando investir em títulos pós-fixados?

Os pós-fixados são ideais quando há incerteza sobre a economia. Atrelados ao CDI ou à Selic, garantem liquidez diária e segurança, sendo adequados para reservas de emergência. Indexados ao IPCA, preservam o poder de compra contra a inflação. São recomendados para quem precisa de flexibilidade ou proteção em cenários voláteis.

É melhor escolher prefixado ou pós-fixado?

Prefixados funcionam bem para quem busca previsibilidade e pode manter o título até o vencimento. Pós-fixados oferecem proteção contra inflação e liquidez para emergências. A estratégia ideal combina os dois, diversificando a carteira para equilibrar segurança, retorno e flexibilidade em diferentes horizontes.

José Carlos Sanchez Jr.

José Carlos Sanchez Jr.

Jornalista e redator especializado em economia, finanças e investimentos. É Administrador de Empresas com MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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