O cartão de crédito é parte da rotina de milhões de brasileiros, mas continua gerando dúvidas quando surge uma despesa maior. Afinal, é melhor parcelar a compra no cartão ou contratar um empréstimo? A escolha parece simples, mas afeta diretamente o orçamento, os juros pagos e até a saúde financeira de longo prazo.
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- Como funciona o parcelamento no cartão de crédito
- O que é um empréstimo pessoal ou consignado
- Juros: o peso principal da decisão
- Comprometimento do limite e da renda
- Vantagens e desvantagens do parcelamento no cartão
- Vantagens e desvantagens do empréstimo
- Exemplos práticos de comparação
- Quando escolher o parcelamento no cartão
- Quando optar pelo empréstimo
- O papel do planejamento financeiro
Como funciona o parcelamento no cartão de crédito
Quando o consumidor parcela uma compra no cartão, o valor total é lançado de uma vez no limite disponível e dividido em prestações mensais. Esse modelo é prático porque dispensa burocracia e não exige nova análise de crédito.
No Brasil, ainda existe a vantagem do chamado parcelamento sem juros, em que o consumidor paga apenas o valor do produto. O problema é que essa facilidade pode gerar armadilhas.
O limite do cartão fica comprometido enquanto durarem as parcelas, e novas compras podem levar a uma fatura mais alta do que o esperado. Além disso, qualquer atraso no pagamento abre espaço para o rotativo do cartão, que tem os juros mais altos do mercado.
O que é um empréstimo pessoal ou consignado
O empréstimo é uma operação em que o consumidor recebe um valor em dinheiro e paga de volta em parcelas com juros. Os tipos mais comuns são:
- Empréstimo pessoal: oferecido por bancos, financeiras ou fintechs, geralmente com taxas mais altas;
- Empréstimo consignado: descontado direto da folha de pagamento ou benefício, com taxas menores por ter garantia;
- Empréstimo com garantia: como refinanciamento de imóvel ou veículo, com juros ainda mais baixos, mas risco de perder o bem em caso de inadimplência.
O empréstimo dá mais liquidez — o dinheiro vai para a conta e pode ser usado em diferentes despesas —, mas envolve custos de contratação, taxas e análise de crédito.
Juros: o peso principal da decisão
A grande diferença entre parcelar e pegar empréstimo está no impacto das taxas. Quando a loja oferece parcelamento sem juros, dificilmente existe alternativa mais vantajosa: o consumidor divide o valor sem pagar nada a mais.
Porém, em situações em que há juros embutidos no parcelamento, a conta muda. Enquanto os parcelamentos com juros no cartão podem chegar a 10% ou 15% ao mês, o empréstimo consignado costuma variar entre 1% e 2,5%.
Já o empréstimo pessoal gira em torno de 3% a 8% ao mês, ainda assim muito mais baixo do que o rotativo do cartão, que pode superar 400% ao ano.
Isso mostra que o cartão é interessante apenas se não houver juros e se o pagamento da fatura for feito em dia. Do contrário, recorrer a um empréstimo pode sair mais barato no médio prazo.
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Comprometimento do limite e da renda
Outro ponto importante é como cada modalidade impacta o seu fluxo de caixa mensal.
- No cartão: o limite é consumido de uma vez, e isso pode travar novas compras necessárias. Além disso, se a fatura ficar muito alta, o risco de cair no rotativo cresce.
- No empréstimo: não compromete o limite do cartão, mas ocupa parte da renda mensal com a parcela fixa.
A escolha depende da sua realidade: quem precisa preservar limite para emergências pode preferir o empréstimo; quem quer simplificar e não gosta de burocracia tende a optar pelo parcelamento no cartão.
Vantagens e desvantagens do parcelamento no cartão
Vantagens
- Praticidade na hora da compra.
- Possibilidade de parcelamento sem juros.
- Não exige análise de crédito adicional.
Desvantagens
- Limite do cartão comprometido.
- Juros altos em caso de atraso.
- Risco maior de endividamento por falta de controle.
Vantagens e desvantagens do empréstimo
Vantagens
- Libera dinheiro na conta, permitindo maior flexibilidade de uso.
- Não compromete o limite do cartão.
- Taxas potencialmente mais baixas que os juros do cartão (principalmente no consignado).
Desvantagens
- Burocracia na contratação (análise de crédito, documentos).
- Custo com juros mesmo em modalidades mais baratas.
- Comprometimento da renda mensal a longo prazo.
Exemplos práticos de comparação
Imagine uma compra de R$ 2.000. Se a loja oferecer parcelamento em 10 vezes sem juros, o consumidor pagará R$ 200 por mês, sem acréscimos.
Se optar por um empréstimo pessoal de R$ 2.000 a 5% ao mês em 10 parcelas, cada prestação será de cerca de R$ 260, resultando em R$ 600 a mais no total.
Agora considere que a mesma compra, no cartão, só esteja disponível com juros de 5% ao mês. Nesse caso, as parcelas também ficariam em torno de R$ 260, equivalendo ao custo do empréstimo pessoal.
Já no consignado a 2% ao mês, a parcela cairia para aproximadamente R$ 220, totalizando R$ 2.200 — mais barato do que o crédito pessoal e mais vantajoso do que o parcelamento com juros.
Quando escolher o parcelamento no cartão
O cartão é uma boa escolha quando existe a garantia de parcelamento sem juros e a disciplina para pagar a fatura integral no vencimento. Ele também faz sentido para compras pontuais e planejadas, em valores que não desequilibram o orçamento.
Quando optar pelo empréstimo
O empréstimo passa a ser mais indicado quando a compra não oferece parcelamento sem juros ou quando o consumidor precisa de liquidez para várias despesas diferentes.
Em especial, o consignado se destaca por suas taxas menores, desde que a pessoa tenha estabilidade de renda.
O papel do planejamento financeiro
Independentemente da escolha, a decisão correta só acontece com planejamento financeiro. Sem organização, tanto o cartão quanto o empréstimo podem virar armadilhas.
Ter clareza sobre a real necessidade da compra, avaliar o impacto das parcelas no orçamento e manter uma reserva de emergência são práticas essenciais para que o crédito seja um aliado, não um vilão.
FAQ – Perguntas Frequentes
Parcelar no cartão de crédito é sempre mais barato do que pegar empréstimo?
Nem sempre. O parcelamento no cartão é vantajoso apenas quando é sem juros e a fatura é paga em dia. Se houver cobrança de juros ou atraso, o custo pode se aproximar ou até superar o de um empréstimo pessoal.
Quando o empréstimo pessoal vale mais a pena que o parcelamento?
O empréstimo pessoal pode ser mais vantajoso quando a compra não oferece parcelamento sem juros e o custo do crédito no cartão é elevado. Também pode ser útil quando é necessário liquidez para pagar várias despesas de uma só vez.
O empréstimo consignado é realmente mais barato?
Sim, o consignado geralmente tem taxas muito menores, pois o pagamento é descontado diretamente da folha de pagamento ou benefício. Isso dá segurança ao banco e reduz os juros, mas compromete parte da renda mensal de forma automática e obrigatória.
Qual opção impacta mais o orçamento mensal?
O parcelamento no cartão compromete o limite disponível e pode engessar futuras compras, enquanto o empréstimo compromete parte da renda fixa todos os meses. O impacto depende da disciplina do consumidor e da proporção que a parcela ocupa no orçamento.
O que acontece se eu não pagar a fatura integral do cartão?
Se a fatura não for paga integralmente, entra em vigor o chamado rotativo do cartão, que tem os juros mais altos do mercado. Isso pode transformar uma dívida pequena em um grande problema, por isso deve ser evitado sempre que possível.
Como decidir entre parcelar no cartão e contratar um empréstimo?
A escolha depende da taxa envolvida, da sua renda e do planejamento financeiro. Se o parcelamento for sem juros e você tiver disciplina, o cartão é melhor. Se os juros forem altos, um consignado ou empréstimo pessoal pode pesar menos no bolso.