Ouro

Washington — O ouro atingiu nesta quarta-feira (15) o valor recorde de US$ 4.217 por onça, em alta de 1,4%, com investidores reagindo à expectativa de novos cortes de juros pelo Federal Reserve e à intensificação das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. A valorização, registrada nas bolsas de Londres e Nova York, levou o metal a acumular ganho de 59% em 2025, impulsionado por fatores econômicos e geopolíticos.

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Os contratos futuros de ouro para dezembro avançaram 1,3%, cotados a US$ 4.216,20. O rali reflete o movimento global em direção a ativos de proteção, diante do enfraquecimento do dólar e da crescente aposta em uma política monetária mais branda nos Estados Unidos.

“Com a prolongação da paralisação do governo americano, declarações mais dovish de dirigentes do Federal Reserve e a continuidade das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, o ouro deve manter seu ciclo de valorização”, disse o analista Ricardo Evangelista, da corretora ActivTrades.

Segundo ele, “atingir o patamar de US$ 5.000 não parece impossível no médio e longo prazo”. O dólar caiu frente a outras moedas após o presidente do Fed, Jerome Powell, indicar a possibilidade de novos cortes de juros ainda neste ano. Operadores já precificam reduções de 25 pontos-base em outubro e dezembro, com chances de 96% e 93%, respectivamente, segundo dados compilados pela Reuters.

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Enquanto isso, o presidente americano Donald Trump afirmou que Washington estuda cortar parte das relações comerciais com Pequim, após ambos os países imporem taxas portuárias em resposta mútua nesta semana.

A paralisação parcial do governo dos Estados Unidos segue sem solução, interrompendo a divulgação de dados oficiais e dificultando as decisões de política monetária em outras economias, como a japonesa.

Tradicionalmente considerado um ativo de refúgio em períodos de instabilidade e inflação, o ouro tende a se valorizar em ambientes de juros baixos. “Esperamos que o ciclo de alta continue”, avaliou Soni Kumari, estrategista de commodities do banco ANZ.

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A escalada também impulsionou outros metais preciosos. A prata subiu 2,9%, cotada a US$ 52,99 por onça, após tocar US$ 53,60 na véspera. A platina avançou 1,7%, a US$ 1.658,76, e o paládio ganhou 2,6%, chegando a US$ 1.564,65.

O avanço do ouro reflete a combinação de expectativas monetárias mais brandas, tensões comerciais e busca por segurança em um cenário de incerteza econômica global, segundo informações da Reuters.

José Carlos Sanchez Jr.

José Carlos Sanchez Jr.

Jornalista com foco em economia e política internacional, dedicado a interpretar como o poder e os mercados influenciam o Brasil e o mundo.

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