O crescimento da economia mundial deve se manter acima das projeções iniciais em 2025, mas os efeitos completos das tarifas impostas pelos Estados Unidos ainda estão por vir. O alerta foi feito nesta terça-feira (23) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), que revisou para cima sua previsão de expansão global, agora em 3,2% neste ano, contra 2,9% estimados em junho. Para 2026, a expectativa segue em 2,9%.
Prefere ouvir o artigo? Então aperte o play!
Tarifas nos EUA atingem nível histórico
Segundo a entidade, a tarifa efetiva média sobre importações americanas chegou a 19,5% em agosto, o maior patamar desde 1933. Muitas empresas estocaram produtos antes da entrada em vigor das medidas, o que ajudou a amortecer o impacto imediato.
Porém, o secretário-geral da OECD, Mathias Cormann, advertiu que os efeitos devem se intensificar conforme os estoques se esgotarem e os custos mais altos forem repassados a preços e investimentos.
Previsões para EUA, China e principais blocos
Nos Estados Unidos, a OECD projeta crescimento de 1,8% em 2025 e 1,5% em 2026, amparado por cortes de juros, investimentos em inteligência artificial e estímulos fiscais. Já a China deve expandir 4,9% em 2025, antes de perder fôlego para 4,4% em 2026, com a desaceleração das exportações e redução do impulso fiscal.
Na zona do euro, o crescimento previsto é de 1,2% neste ano, mas recua a 1,0% em 2026, refletindo tensões comerciais e geopolíticas. Japão e Reino Unido também tiveram leves revisões positivas para 2025, mas com perda de ritmo no ano seguinte.
Leia mais
Política monetária deve seguir expansionista
Com a desaceleração prevista, a OECD espera que a maioria dos grandes bancos centrais mantenha ou reduza juros em 2026, diante do arrefecimento da inflação.
O Federal Reserve deve cortar taxas adicionais caso o mercado de trabalho continue enfraquecendo, enquanto bancos centrais de Austrália, Reino Unido e Canadá também devem adotar ajustes graduais.
O Banco Central Europeu tende a manter a política estável, já próximo à meta de inflação, enquanto o Japão caminha para encerrar a era de juros ultrabaixos.