Nvidia deve investir US$ 100 bi na OpenAI e lidera corrida da IA

Acordos bilionários de Oracle, Meta e Microsoft ampliam disputa por infraestrutura e pressionam fintechs que dependem de acesso a poder computacional

A corrida global pela inteligência artificial ganhou contornos financeiros ainda mais expressivos nesta terça-feira (23), com empresas como Nvidia, Oracle, Meta e Microsoft anunciando acordos que somam centenas de bilhões de dólares em chips, data centers e nuvem, segundo informações divulgadas pela Reuters. Os aportes não apenas consolidam a liderança das big techs, como também movimentam o mercado de capitais, elevando valuations e impondo desafios a fintechs e startups que dependem dessa infraestrutura para competir.

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Nvidia e Intel concentram capital e influência

A Nvidia, líder em chips de IA, deve investir até US$ 100 bilhões na OpenAI, garantindo participação direta na empresa que criou o ChatGPT. O acordo reforça sua posição estratégica em um mercado que já impulsiona o preço de suas ações.

A companhia também comprometeu US$ 5 bilhões na Intel, em troca de cerca de 4% de participação, ao mesmo tempo em que apoia contratos de nuvem com a CoreWeave.

A Intel, por sua vez, recebeu aporte adicional de US$ 2 bilhões do SoftBank, sinal de que investidores estratégicos estão reposicionando capital em meio à disputa por infraestrutura de IA.

Oracle, Meta e Microsoft movimentam receitas futuras

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No campo da nuvem, a Oracle fechou contrato avaliado em US$ 300 bilhões com a OpenAI, considerado um dos maiores já assinados no setor. A empresa ainda negocia com a Meta um acordo estimado em US$ 20 bilhões, enquanto a Microsoft garantiu US$ 17,4 bilhões em capacidade de GPU junto à Nebius Group.

A Meta também ampliou sua exposição acionária ao adquirir 49% da Scale AI por US$ 14,3 bilhões — operação típica de M&A estratégico que fortalece seu posicionamento em IA. Já o Google firmou acordo de seis anos com a própria Meta, avaliado em mais de US$ 10 bilhões, ampliando a interdependência entre gigantes.

Esses contratos são monitorados de perto por fundos e ETFs de tecnologia, que ajustam carteiras conforme a expectativa de geração de receita de longo prazo.

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Fintechs e startups enfrentam barreiras de acesso

Enquanto big techs concentram investimentos bilionários, fintechs e bancos menores se veem dependentes da infraestrutura controlada por poucas empresas. O custo de acesso a chips e data centers de última geração pode limitar a inovação em crédito digital, análise de risco, prevenção a fraudes e negociação algorítmica.

A disputa também abre espaço para megaprojetos como o Stargate, joint venture de SoftBank, OpenAI e Oracle para erguer data centers de até US$ 500 bilhões, anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump.

A dimensão dos aportes reforça a percepção de que a próxima onda da IA será definida menos por algoritmos e mais pela capacidade financeira de sustentar sua operação em escala global.

José Carlos Sanchez Jr.

José Carlos Sanchez Jr.

Jornalista e redator especializado em economia, finanças e investimentos, com experiência em cobertura de mercado, políticas públicas e programas sociais. É Administrador de Empresas com MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Autor e fundador do portal IA do Dinheiro.

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