Nubank aposta em renda fixa global e mira investidor brasileiro que busca proteção em dólar

Gestora Nu Asset estreia no mercado internacional com HGBR11 e HYBR11, que investem em crédito high grade e high yield, com proteção cambial contra oscilações do dólar

O Nubank deu um passo inédito no mercado de investimentos ao anunciar dois ETFs de renda fixa global com retorno em dólar. Os fundos HGBR11 e HYBR11, lançados pela Nu Asset, chegam em um momento considerado “janela rara” para a renda fixa internacional, combinando juros elevados no exterior com segurança cambial para o investidor brasileiro.

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O anúncio foi feito em 4 de setembro, durante o evento Fronteiras do Investimento. Os dois novos fundos negociados em bolsa serão identificados pelos tickers HGBR11 (voltado a títulos high grade) e HYBR11 (focado em títulos high yield).

Ambos terão retorno em dólar, mas com proteção cambial, garantindo que o investidor não sofra diretamente com a oscilação da moeda norte-americana.

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O que são os ETFs lançados

Na prática, os ETFs reúnem uma cesta de títulos corporativos e governamentais globais. O HGBR11 foca em papéis de maior qualidade de crédito, com menor risco de calote, enquanto o HYBR11 busca papéis mais arriscados, porém com maior potencial de retorno. 

A proposta é democratizar o acesso do investidor brasileiro a ativos antes restritos a fundos exclusivos ou a quem tem conta em corretoras estrangeiras.

Por que agora?

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A decisão do Nubank não é aleatória. No Brasil, a taxa Selic segue em 15% ao ano, o maior patamar em duas décadas, mas os sinais de queda futura dos juros já aparecem no radar. 

Em contrapartida, o cenário global vive uma “janela rara” de oportunidade na renda fixa, com títulos pagando entre 4% e 6% ao ano em dólar. Essa combinação tem atraído gestores e fundos, que veem espaço para diversificação e proteção em moeda forte.

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Estratégia da Nu Asset

Com cerca de R$ 6 bilhões sob gestão, a Nu Asset já administra 22 fundos e atende mais de 1,4 milhão de investidores. Até aqui, seu portfólio estava mais associado a ETFs de renda variável e um fundo de criptoativos.

O movimento para a renda fixa internacional sinaliza uma estratégia de “completar o cardápio” e disputar espaço com gestoras tradicionais que já oferecem exposição global.

Impacto para o investidor brasileiro

Para o investidor pessoa física, a vantagem é a simplicidade: basta negociar os ETFs pela B3, sem necessidade de abrir conta no exterior ou lidar com remessas internacionais.

A proteção cambial também evita que ganhos em dólar sejam anulados por movimentos do real, trazendo previsibilidade. O ponto de atenção está nas taxas de administração e na volatilidade natural dos papéis de crédito.

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Repercussão no mercado

Analistas avaliam que a entrada do Nubank no segmento pode ampliar o interesse do público de varejo em renda fixa internacional. Isso porque a marca já tem penetração em milhões de brasileiros e costuma usar linguagem acessível para atrair novos investidores.

A disputa por espaço nesse nicho deve esquentar, já que outras gestoras locais também enxergam a oportunidade.

Com a estreia no segmento de renda fixa global, o Nubank reforça sua ambição de ser mais que um banco digital de cartões e contas gratuitas.

A aposta agora é mostrar que também pode ser protagonista em investimentos — e, ao mesmo tempo, aproveitar um momento raro de atratividade da renda fixa em dólar.

José Carlos Sanchez Jr.

José Carlos Sanchez Jr.

Administrador de Empresas com MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atualmente é consultor financeiro e redator especialista em finanças.

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