As bolsas da Ásia encerraram o pregão desta quarta-feira (24) em baixa, acompanhando o tom negativo de Wall Street após declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que reforçaram a incerteza sobre os próximos passos da política monetária nos Estados Unidos. O Nikkei 225, do Japão, recuou 0,5%, enquanto o MSCI Asia Pacific ex-Japan cedeu 0,2%. Já na Europa, a abertura foi marcada por queda de 0,3% no índice pan-europeu STOXX 600, com destaque para perdas no setor financeiro e ganhos pontuais em ações de defesa.
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Cautela do Fed pesa sobre mercados asiáticos
Na Ásia, os investidores reagiram às falas de Powell, que não deram sinais claros sobre novos cortes de juros nos EUA. O movimento aumentou a aversão a risco e pressionou bolsas em toda a região. O Nikkei caiu 0,5%, refletindo também a contração mais acentuada da atividade industrial japonesa em seis meses.
Na Austrália, o índice local perdeu quase 1% após inflação acima do esperado em agosto. Já na China, os resultados foram mistos: o destaque foi a alta de 5% nas ações da Alibaba em Hong Kong, após o anúncio de seu maior modelo de inteligência artificial até agora, o Qwen3-Max, com mais de 1 trilhão de parâmetros.
Europa acompanha queda global, mas defesa limita perdas
Na abertura europeia, o STOXX 600 recuou 0,3%, com a Itália liderando as baixas. Bancos como Barclays e Sydbank caíram cerca de 2%, enquanto Deutsche Bank e BBVA recuaram 1%. O subíndice financeiro perdeu 1,2%, sinalizando fraqueza generalizada no setor.
O tombo refletiu diretamente as declarações de Powell, que reduziram expectativas de cortes mais agressivos de juros, embora traders ainda apostem em uma redução já em outubro.
Por outro lado, ações de defesa se destacaram positivamente. A sueca Saab disparou 4,9% e a alemã Hensoldt subiu 4,5%, após declarações do presidente norte-americano Donald Trump sobre a guerra na Ucrânia. A fala, que sugeriu retomada de territórios por Kyiv, impulsionou empresas ligadas ao setor militar.
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Perspectivas permanecem voláteis no curto prazo
Apesar das quedas, o panorama do ano segue positivo: o STOXX 600 acumula alta de 9% em 2025 e está a apenas 2% de suas máximas históricas, enquanto o S&P 500 avança mais de 13%.
No entanto, a combinação de juros elevados, dados econômicos fracos na Europa — como a piora inesperada do índice de confiança empresarial na Alemanha — e incertezas geopolíticas devem manter a volatilidade alta.
No curto prazo, os investidores estarão atentos a indicadores de inflação nos EUA, à evolução da economia europeia e a novos anúncios de estímulos na China. Até lá, a tendência é de oscilações acentuadas, com setores de tecnologia e defesa em melhor posição para resistir ao ambiente de instabilidade.