Pix Parcelado

O Banco Central (BC) confirmou nesta terça-feira (2) que o Pix Parcelado entrará em operação no segundo semestre de 2025. A novidade amplia as funcionalidades do sistema de pagamentos instantâneos, hoje utilizado por mais de 150 milhões de brasileiros, e permitirá o parcelamento de compras sem a necessidade de cartão de crédito.

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De acordo com o BC, a ferramenta deve beneficiar especialmente os mais de 60 milhões de brasileiros que não possuem cartão de crédito, garantindo acesso ao parcelamento de forma simples e digital.

A expectativa é que a modalidade contribua para ampliar a inclusão financeira e reduzir a dependência de alternativas tradicionais, como boletos e crediários.

Inclusão financeira e democratização do parcelamento

O Pix Parcelado foi desenhado como uma alternativa para famílias de baixa renda que enfrentam barreiras de acesso ao crédito.

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Com a nova funcionalidade, consumidores poderão dividir pagamentos em várias parcelas diretamente pelo app do banco, de maneira semelhante ao uso do cartão de crédito, mas sem intermediários.

Especialistas avaliam que a medida deve democratizar o consumo e facilitar o planejamento financeiro de milhões de pessoas, ao mesmo tempo em que fortalece o comércio.

Lojistas poderão oferecer parcelamento aos clientes sem depender exclusivamente de operadoras de cartão, que atualmente concentram grande parte desse mercado.

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Como vai funcionar o Pix Parcelado

Os detalhes sobre limites e encargos ainda serão definidos pelo Banco Central, mas já se sabe que cada instituição financeira poderá estabelecer suas próprias condições.

Isso significa que bancos e fintechs poderão cobrar juros diferentes, criando um ambiente de concorrência que pode resultar em taxas mais baixas para o consumidor final.

A funcionalidade será integrada ao aplicativo bancário de cada instituição participante, assim como ocorre no Pix tradicional.

De acordo com Renato Migliacci, vice-presidente de Vendas da Adyen Brasil, em entrevista à revista Veja, o impacto da modalidade deverá ser positivo, dado que os lojistas terão acesso imediato aos valores de venda, enquanto os consumidores poderão fazer o parcelamento, mesmo sem cartão de crédito.

O pagamento parcelado será identificado de forma transparente, permitindo que o consumidor acompanhe o valor de cada parcela e os encargos aplicados.

Impacto no sistema financeiro e no mercado de crédito

Analistas do setor apontam que a chegada do Pix Parcelado pode alterar a dinâmica do crédito no Brasil. Ao oferecer uma alternativa ao parcelamento via cartão, o novo recurso tende a pressionar as operadoras a reduzirem suas taxas.

A expectativa é que a modalidade estimule o consumo em períodos sazonais, como Natal e Dia das Mães, e aumente a competitividade entre bancos e fintechs. Para o consumidor, isso pode significar mais opções de crédito e custos potencialmente menores.

Ainda, segundo Migliacci, o consumidor poderá usar diferentes instituições financeiras e garantir mais fluidez à etapa de compra, o que pode resultar em um aumento de vendas no varejo brasileiro.

Declaração oficial do Banco Central

Em nota, o Banco Central afirmou que “o Pix Parcelado representa um avanço no processo de inclusão financeira do país, garantindo que milhões de brasileiros tenham acesso a uma solução rápida, segura e digital para realizar compras parceladas”.

Desde seu lançamento em novembro de 2020, o Pix revolucionou os meios de pagamento no Brasil. Hoje, é a ferramenta mais utilizada pelos brasileiros para transferências e pagamentos, superando cartões e boletos em volume de transações.

O sistema é gratuito para pessoas físicas e funciona de forma instantânea, 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Com a confirmação do lançamento, o Pix Parcelado se soma ao conjunto de inovações promovidas pelo Banco Central e deve marcar uma nova etapa na modernização do sistema financeiro brasileiro, ampliando o acesso ao crédito e oferecendo mais opções para consumidores e comerciantes.

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José Carlos Sanchez Jr.

José Carlos Sanchez Jr.

Jornalista com foco em economia e sociedade, dedica-se a investigar como decisões econômicas, políticas e sociais se entrelaçam na construção de um Estado de bem-estar social no Brasil.

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