Ibovespa
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O Ibovespa encerrou esta quinta-feira (2) em queda de 1,08%, aos 143.949 pontos, pressionado pelo avanço da pauta fiscal no Congresso e pelo recuo das cotações do petróleo no mercado internacional. O dólar comercial subiu 0,20%, fechando a R$ 5,339, no terceiro dia consecutivo de valorização frente ao real.

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No cenário doméstico, a aprovação da proposta que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil aumentou a percepção de risco fiscal entre os investidores.

O texto também prevê desconto para contribuintes que ganham até R$ 7,3 mil e cria taxação mínima sobre as camadas de renda mais altas. Apesar de ampliar benefícios à população, a medida gera incertezas sobre o equilíbrio das contas públicas e foi interpretada como sinal de maior gasto em ano pré-eleitoral.

Nesse contexto, os juros futuros avançaram em diversos vencimentos, refletindo a preocupação com a trajetória fiscal. Entre os destaques negativos do pregão estiveram GPA (PCAR3), que recuou 6,92%, Embraer (EMBR3), com baixa de 5,82%, e Magazine Luiza (MGLU3), que perdeu 4,58%.

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No lado positivo, Marcopolo (POMO4) avançou 1,62%, enquanto Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) subiram 1,24% e 1,03%, respectivamente, sustentadas por revisões positivas em projeções de investimento e fluxo de caixa.

O setor de petróleo adicionou pressão ao índice. O barril do WTI caiu 1,79%, cotado a US$ 60,62, e o Brent recuou 1,65%, para US$ 64,31. A Petrobras acompanhou o movimento: PETR3 fechou a R$ 33,32 (-1,24%) e PETR4 encerrou a R$ 31,08 (-0,96%).

Outras petroleiras também recuaram, como PetroRecôncavo (RECV3), com queda de 2,13%, e Brava Energia (BRAV3), em baixa de 1,94%. A Petro Manguinhos (RPMG3) liderou as perdas do setor, desabando 10,91%.

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No exterior, Wall Street ignorou os riscos da paralisação do governo dos Estados Unidos e renovou recordes, apoiada pela expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve ainda este ano.

O S&P 500 e o Nasdaq alcançaram máximas históricas, enquanto na Europa o índice Stoxx 600 subiu 0,53%, também em recorde. Na Ásia, os mercados avançaram com destaque para Hong Kong (+1,61%) e Coreia do Sul (+1,05%).

O pregão desta quinta-feira reforçou a divergência entre o otimismo internacional e a cautela local. Enquanto as bolsas globais avançaram, o mercado brasileiro voltou a sentir o peso das incertezas fiscais e do recuo do petróleo, consolidando um dia de aversão ao risco para os investidores.

José Carlos Sanchez Jr.

José Carlos Sanchez Jr.

Jornalista e redator especializado em economia, finanças e investimentos. É Administrador de Empresas com MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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