O Ibovespa encerrou esta quarta-feira (17) em 145.593 pontos, alta de 1,06%, após atingir máxima intradiária de 146.330 pontos, renovando o recorde histórico da Bolsa brasileira. O desempenho foi impulsionado pelo corte de juros do Federal Reserve (Fed) nos Estados Unidos, que elevou o apetite por ativos de risco em mercados emergentes, e pelo avanço de ações de peso como Petrobras, Vale e Magazine Luiza.
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Petrobras, Vale e Magalu entre os destaques
As ações da Petrobras (PETR4) avançaram acompanhando a estabilidade do petróleo em patamares elevados no mercado internacional, garantindo suporte relevante ao índice.
Já a Vale (VALE3) registrou ganhos moderados, refletindo a perspectiva de recuperação dos preços do minério de ferro, apesar de pressões vindas da desaceleração da economia chinesa.
Outro destaque foi a Magazine Luiza (MGLU3), que acumulou valorização de mais de 27% apenas em setembro e voltou a figurar entre as maiores altas do pregão, puxada pela queda nos juros futuros e por movimentos técnicos que atraíram investidores.
Corte do Fed favorece emergentes
O corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica dos EUA, levando os juros para a faixa de 4,00% a 4,25%, reforçou a percepção de que o ciclo de afrouxamento monetário vai continuar até o fim do ano.
Esse cenário aumentou a liquidez global e impulsionou fluxos de capital para mercados emergentes, beneficiando diretamente a Bolsa brasileira.
Nos Estados Unidos, porém, o dia foi de volatilidade. O Dow Jones fechou em alta, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq recuaram levemente, refletindo cautela com as projeções do Fed e os sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho.
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Câmbio e juros futuros
No mercado de câmbio, o dólar encerrou praticamente estável, cotado a R$ 5,30, após oscilar durante o pregão.
Já os contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) recuaram por toda a curva, refletindo a combinação de Selic mantida em 15% pelo Copom e o alívio externo provocado pelo corte de juros nos EUA. A leitura geral foi de maior espaço para entradas de recursos no mercado doméstico.
O que pode frear ou sustentar a alta
Apesar da nova máxima histórica, analistas alertam que o ritmo de valorização da Bolsa pode perder fôlego caso commodities não confirmem recuperação ou se o cenário fiscal brasileiro voltar a preocupar investidores.
Ainda assim, a atratividade dos ativos locais permanece elevada, com empresas ligadas ao consumo interno e às exportações de commodities liderando as apostas.
O recorde desta quarta-feira consolida o Ibovespa como um dos índices de melhor desempenho entre os emergentes em 2025, apoiado por fluxo estrangeiro, juros altos que sustentam o real valorizado e pelo alívio vindo da política monetária internacional.