Brasília — O governo federal decidiu usar o investimento público como motor de crescimento e bem-estar. Dois editais lançados nesta semana, que somam R$ 20 bilhões em crédito para obras e equipamentos de saúde e educação, mostram como a política fiscal vem sendo usada para reativar serviços essenciais e estimular a economia em meio ao impasse orçamentário no Congresso.
A iniciativa, conduzida pelo Fundo de Investimentos em Infraestrutura Social (FIIS), oferece financiamento de longo prazo e juros abaixo do mercado a estados, municípios e entidades filantrópicas. A proposta é destravar projetos que ampliem a oferta de serviços públicos e, ao mesmo tempo, movimentem setores intensivos em emprego e consumo.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o financiamento vai reforçar o programa Agora Tem Especialistas, voltado à redução do tempo de espera por consultas e procedimentos no SUS.
Já o secretário do PAC, Maurício Muniz, afirmou que o fundo abre espaço para projetos que estavam prontos, mas não haviam sido contemplados no Novo PAC Seleções.
A primeira liberação, de R$ 10 bilhões, ocorrerá ainda em 2025. O restante, em 2026. Na educação, os recursos serão usados na construção e modernização de escolas, transporte escolar e inclusão digital. Na saúde, incluem obras, equipamentos hospitalares e veículos de transporte sanitário.
Com taxas de juros entre 8% e 10% ao ano, inferiores às de mercado, o modelo amplia o acesso de prefeituras e hospitais ao crédito público. O BNDES e bancos credenciados farão a intermediação das operações, com limite de R$ 50 milhões por projeto.
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Mais do que um programa de crédito, o FIIS representa uma tentativa de preservar a capacidade de investimento em serviços públicos diante das restrições fiscais.
O governo aposta que a ampliação da infraestrutura social pode gerar emprego, estimular o consumo e fortalecer a renda das famílias em regiões mais vulneráveis.
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