Um estudo divulgado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) no final de julho de 2025 mostra que mais da metade da população brasileira ainda enfrenta dificuldades quando o assunto é educação financeira. 40% dos entrevistados dizem entender “pouco” e 15% afirmam não saber “nada” sobre como lidar com o próprio dinheiro. Ao mesmo tempo, 96% reconhecem que a educação financeira é importante ou muito importante para a vida.
O levantamento, feito com base em entrevistas presenciais em todas as regiões do país, mostra um retrato preocupante, especialmente diante do cenário atual de juros altos, endividamento recorde e maior acesso ao crédito.
A falta de conhecimento financeiro básico contribui para erros na hora de usar cartão de crédito, contratar empréstimos ou planejar o orçamento familiar.
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Educação financeira ainda é negligenciada por mais da metade da população em 2025
A pesquisa realizada em julho de 2025 pela Febraban reconhece que mais da metade da população brasileira admite ter pouco ou nenhum domínio sobre finanças pessoais. Porém, todos os entrevistados admitem sua importância, o que revela uma desconexão preocupante entre consciência e prática financeira no país.
O que os brasileiros sabem — e o que ainda precisam aprender
A pesquisa da Febraban evidencia uma contradição recorrente: embora quase todos os entrevistados entendam que saber lidar com dinheiro é essencial, muitos ainda tomam decisões sem o mínimo planejamento.
Entre os erros mais comuns apontados estão o uso abusivo do cartão de crédito, falta de reserva de emergência, desconhecimento sobre juros compostos e descontrole com dívidas parceladas.
O relatório mostra ainda que a maior parte dos entrevistados não tem familiaridade com termos como CDI, IPCA, taxa Selic ou Custo Efetivo Total.
Isso significa que boa parte das decisões financeiras ainda é feita com base na intuição, na opinião de amigos ou por impulso — cenário que contribui para o aumento do superendividamento no país, que já ultrapassa os 70 milhões de pessoas negativadas, segundo a Serasa.
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A educação financeira como política de base
Apesar dos avanços pontuais nos últimos anos, como a introdução da temática na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino fundamental, o acesso à educação financeira formal ainda é limitado.
A falta de capacitação de professores, ausência de material didático contextualizado e baixa priorização por parte das secretarias de educação tornam o avanço lento.
Enquanto isso, empresas privadas, bancos e influenciadores digitais têm assumido parte desse papel educativo — nem sempre com a profundidade necessária.
É comum, no entanto, encontrar conteúdos com foco em investimentos de alto risco, sem base técnica ou abordagem crítica sobre consumo e desigualdade, o que pode mais confundir do que ajudar.
Conclusão: mais que números, é sobre escolhas conscientes
Em resumo, o desafio da educação financeira no Brasil vai além de ensinar a poupar ou investir: trata-se de desenvolver consciência crítica sobre o uso do dinheiro, entender o impacto das escolhas no presente e no futuro e garantir mais autonomia financeira para a população.
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