Rendimento automático acima do CDI? Bancos digitais já testam nova fórmula para turbinar o dinheiro parado

A promessa de uma nova rodada de inovação no setor financeiro pode mudar como o brasileiro enxerga o saldo em conta

Bancos digitais brasileiros estão testando um novo modelo de rendimento automático, com taxas acima do CDI e sem necessidade de aplicação direta. A novidade, em fase piloto neste segundo semestre de 2025, promete transformar o dinheiro parado na conta em uma fonte de rentabilidade real — e pode se tornar o novo padrão do setor até o fim do ano.

A disputa entre os bancos digitais, que já oferecem rendimento automático em contas como Nubank e PagBank, agora avança para um novo nível.

Segundo apurações internas e documentos acessados pelo IA do Dinheiro, ao menos três instituições estudam oferecer modelos escalonados, nos quais o retorno cresce conforme o tempo que o dinheiro fica na conta. A lógica é simples: mais tempo, mais rendimento.

Esse tipo de movimento não apenas desafia os bancos tradicionais — que ainda não remuneram o saldo da conta corrente — como também amplia a concorrência com investimentos conservadores como CDBs e fundos DI.

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O novo campo de batalha das contas digitais

Desde que o Nubank popularizou o rendimento automático em 100% do CDI, os bancos digitais passaram a tratar essa remuneração como uma exigência mínima. Agora, a próxima onda é clara: entregar mais retorno sem exigir nenhuma ação do usuário.

De acordo com informações apuradas pelo IA do Dinheiro, a estratégia das fintechs é manter o dinheiro do cliente dentro da conta digital por mais tempo. Para isso, propõem:

  • Rendimento que começa em 100% e pode chegar a 105% do CDI após 30 dias;
  • Liquidez diária e sem a necessidade de aplicar manualmente;
  • Combinações com programas de fidelidade e cashback.

Além disso, há conversas em andamento com gestoras de fundos e plataformas de renda fixa para usar parte do saldo como lastro — mantendo a simplicidade na frente e otimizando ganhos nos bastidores.

Uma tendência que ganha força

A ideia de rendimento automático progressivo atende uma demanda real do brasileiro: fazer o dinheiro render sem complicação.

Uma pesquisa da CNDL com o SPC Brasil apontou que 66% dos brasileiros não investem por falta de conhecimento ou por acharem complicado demais.

Se confirmada, essa tendência pode ajudar a mudar esse cenário. Afinal, transformar a conta digital em um instrumento de rentabilidade passiva — sem precisar clicar em nada — é uma revolução silenciosa no dia a dia das finanças pessoais.


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O que esperar dos próximos meses

Especialistas apontam que o movimento das fintechs faz parte de uma nova fase da maturidade digital no Brasil. O foco, agora, está na retenção dos usuários e na experiência financeira completa.

Entre os bastidores do setor, há três grandes expectativas para o final de 2025:

  • Pelo menos 5 bancos digitais devem lançar formatos de rendimento superior ao CDI;
  • Programas de rendimento escalonado devem ser divulgados como benefício nativo no app;
  • A briga por rentabilidade pode chegar até aos bancos tradicionais, que ainda não reagiram à altura.

Conclusão

Em um país onde cada real faz diferença no fim do mês, transformar o saldo da conta em fonte de renda pode ser mais impactante do que parece.

A nova fase do rendimento automático nos bancos digitais não é só inovação — é estratégia para um novo tipo de consumidor, mais atento, mais digital e cada vez mais exigente.

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José Carlos Sanchez Jr.

José Carlos Sanchez Jr.

Administrador de Empresas com MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atualmente é consultor financeiro e redator especialista em finanças.

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