Pronampe

Micro e pequenas empresas brasileiras que exportam ou fornecem para o mercado norte-americano ganharam, nesta terça-feira (13), um alívio financeiro para enfrentar o tarifaço dos EUA. A Medida Provisória 1.309/2025, publicada no Diário Oficial, permite renegociar contratos do Pronampe com prazos de até 84 meses, carência de até 12 meses e reforço de garantias pelo Fundo Garantidor de Operações (FGO).

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Segundo o texto, será possível alongar o prazo total para até 84 meses e suspender pagamentos por até 12 meses, medida que pode aliviar imediatamente o caixa de empresas afetadas pela perda de contratos e aumento de custos de exportação.

Novas regras do Pronampe para empresas afetadas

Além do alongamento e da carência, a MP autoriza que empresários contratem novas operações para quitar dívidas antigas do Pronampe, permitindo reorganizar o fluxo de pagamentos.

O FGO poderá cobrir até 100% do valor de cada empréstimo, com limite de 85% da carteira do banco no programa, o que reduz a exigência de garantias reais — um dos maiores obstáculos para as MPEs na hora de buscar crédito.

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O enquadramento como beneficiário dependerá de ato do Ministério da Fazenda, que definirá critérios de comprovação de impacto, abrangendo tanto exportadores diretos quanto fornecedores de empresas exportadoras.

Impacto no caixa e na operação das MPEs

Na prática, a medida cria espaço para que as micro e pequenas empresas possam respirar nas finanças em um momento de turbulência.

Um negócio com contrato de R$ 300 mil no Pronampe, por exemplo, pode alongar as parcelas, reduzir o valor mensal devido e, com carência, direcionar o capital de giro para recompor estoques, renegociar insumos ou buscar novos clientes fora dos EUA.

Para empresas de menor porte, o reforço do FGO é decisivo: sem exigência de garantias reais, o acesso ao crédito fica menos burocrático, e os custos de oportunidade caem.


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Contexto do tarifaço e resposta do governo

O anúncio vem duas semanas após o governo norte-americano elevar tarifas sobre produtos brasileiros em até 50%, afetando setores como aço, alumínio, calçados e produtos agrícolas.

O impacto imediato foi sentido nas margens e contratos das empresas, especialmente as que dependem fortemente das vendas para o mercado americano.

O Pronampe foi escolhido como canal prioritário por já estar operacional em praticamente toda a rede bancária nacional, com condições e processos conhecidos pelas empresas e pelos agentes financeiros.

Alternativas para quem não se enquadra

Mesmo empresas que não forem atingidas diretamente pelas tarifas podem buscar alternativas de alívio no caixa.

A Receita Federal flexibilizou o parcelamento de débitos do Simples Nacional e do MEI, permitindo até 60 parcelas com valores mínimos reduzidos – R$ 300 para o Simples e R$ 50 para MEIs.

A medida, anunciada em 5 de agosto, é vista como complemento para manter a liquidez de negócios de menor porte.

Próximos passos para o empresário

Para aproveitar as novas condições, o empresário deve:

  1. Mapear o impacto das tarifas no faturamento, com documentos e contratos que comprovem a perda ou aumento de custo;
  2. Procurar o banco onde mantém o contrato do Pronampe assim que o ato da Fazenda for publicado;
  3. Simular cenários de alongamento e carência para avaliar o impacto no fluxo de caixa e nos investimentos futuros.

Conclusão

Com prazos mais extensos, carência e garantias reforçadas, o novo Pronampe pode ser a ponte para que micro e pequenas empresas atravessem o choque das tarifas norte-americanas sem comprometer operações e empregos.

Empresários atentos e ágeis na documentação estarão um passo à frente para garantir o benefício. Gostou? Então continue acompanhando o blog da IA do Dinheiro e fique por dentro de tudo o que rola no mundo das finanças!

José Carlos Sanchez Jr.

José Carlos Sanchez Jr.

Jornalista com foco em economia e política internacional, dedicado a interpretar como o poder e os mercados influenciam o Brasil e o mundo.

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