Crédito empresarial mais caro: IOF sobe e Selic permanece em 15%, apertando o caixa de MEIs e pequenas empresas

STF valida alíquotas mais altas do IOF e Copom mantém taxa Selic em 15% ao ano, elevando o custo de financiamento e pressionando o acesso ao crédito corporativo.

O crédito empresarial inicia o segundo semestre de 2025 em um cenário de alerta para micro e pequenas empresas. O Supremo Tribunal Federal (STF) restabeleceu as alíquotas máximas do IOF para operações de crédito, enquanto o Copom decidiu manter a Selic em 15% ao ano.

A combinação entre juros elevados e alíquotas em operações financeiras pressiona o custo de capital e exige planejamento mais rigoroso de fluxo de caixa por parte de MEIs e negócios do Simples Nacional.

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O que muda para MEIs e pequenas empresas com IOF mais alto e Selic em 15%?

O aumento do IOF e a manutenção da Selic em 15% tornam o crédito mais caro para micro e pequenas empresas. A carga tributária maior sobre empréstimos e capital de giro, somada aos juros elevados, exige um controle financeiro rigoroso e pode restringir investimentos e expansão no curto prazo.

IOF elevado encarece capital de giro e empréstimos

Com o STF restabelecendo as alíquotas máximas, o IOF para crédito empresarial sobe de 1,88% para 3,38% ao ano. Para empresas do Simples Nacional, passa de 0,38% para 0,95%.

O impacto é imediato: qualquer operação de capital de giro, antecipação de recebíveis ou financiamento de estoque ficará mais cara.

Para negócios pequenos, que já enfrentam taxas efetivas acima de 30% a.a. em linhas bancárias, esse aumento de IOF adiciona uma camada extra de custo.

O efeito tende a ser mais pesado para empresas que dependem de giro constante para manter a operação rodando.


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Selic alta prolonga cenário de crédito restrito

Em paralelo, o Copom optou por manter a taxa básica de juros em 15% após um ciclo de sete altas consecutivas. A justificativa é conter a inflação persistente, mas a consequência direta é o encarecimento estrutural do crédito.

Mesmo com linhas subsidiadas, os spreads para MEIs e PMEs continuam altos, dificultando investimentos e expansão.

Esse patamar prolongado de juros sinaliza que o custo de capital deve permanecer elevado até, pelo menos, o fim de 2025. Para quem atua no Simples ou como MEI, isso exige disciplina financeira redobrada e busca por alternativas de financiamento menos onerosas.

O impacto real sobre a sobrevivência dos pequenos negócios

De acordo com dados do Sebrae, mais de 80% dos micro e pequenos empreendedores dependem de crédito em algum momento para manter a operação.

Com IOF e Selic nesse nível, o risco é ver empresas cortando investimentos, reduzindo estoque e até fechando portas por falta de capital de giro.

Além do custo direto, há um efeito psicológico: bancos tendem a restringir ainda mais as análises de risco quando os juros estão altos, o que significa menos aprovação de crédito para quem mais precisa.

Conclusão

Em suma, a combinação de IOF elevado e Selic em 15% cria um ambiente desafiador para micro e pequenas empresas no país. Afinal, o custo do crédito sobe, o acesso se restringe e o fluxo de caixa exige gestão muito mais cuidadosa.

Para atravessar esse cenário, é essencial buscar linhas alternativas, renegociar dívidas e adotar práticas de planejamento financeiro voltadas à sobrevivência no médio prazo.

FAQ – Perguntas Frequentes

O que é IOF e por que ele encarece o crédito?

O IOF é o Imposto sobre Operações Financeiras. Ele incide sobre empréstimos e financiamentos. Quando a alíquota sobe, o custo total do crédito aumenta mesmo que a taxa de juros não mude.

A Selic alta afeta diretamente o MEI?

Sim. Apesar de o MEI não negociar diretamente a Selic, ela serve de base para todas as taxas bancárias. Quanto maior a Selic, mais caro fica acessar capital de giro.

Vale a pena pegar empréstimo com IOF mais caro?

Depende da necessidade e da taxa final. Em alguns casos, a antecipação de recebíveis pode ser menos onerosa que um empréstimo tradicional.

Há alternativas de crédito para MEIs e Simples?

Sim. Linhas do Pronampe, cooperativas de crédito e fintechs podem oferecer condições mais competitivas do que bancos tradicionais.

Quando a Selic pode cair?

O Banco Central sinalizou que só reduzirá a taxa caso a inflação mostre queda consistente. Projeções indicam que cortes significativos só devem ocorrer em 2026.

José Carlos Sanchez Jr.

Administrador de Empresas com MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atualmente é consultor financeiro e redator especialista em finanças.

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