Degradação ambiental

Nova York (EUA) — A sétima edição do relatório Visão Global do Meio Ambiente, divulgada nesta terça-feira (09) pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, aponta que países lusófonos vêm sofrendo impactos cada vez maiores da degradação ambiental. O estudo reúne análises de 287 cientistas de 82 países e estima que eventos climáticos extremos, poluição e perda de ecossistemas geram prejuízos anuais de trilhões de dólares, além de milhões de mortes associadas à deterioração ambiental.

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O documento calcula que eventos extremos ligados às mudanças climáticas custaram, nas duas últimas décadas, cerca de US$ 143 bilhões por ano.

Em 2019, danos à saúde pela poluição do ar representaram perdas de US$ 8,1 trilhões, equivalente a aproximadamente 6% do Produto Interno Bruto global. O relatório destaca que os efeitos são visíveis em países de língua portuguesa, especialmente em setores como florestas, recursos hídricos, pesca e biodiversidade.

No Brasil, a pesquisa relaciona o aumento do desmatamento na Amazônia a um crescimento de 39% no número de incêndios florestais entre 2012 e 2019, com prejuízos diretos à qualidade do ar em grande parte da América do Sul.

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A região amazônica também apresenta índices elevados de poluição por microplásticos, com medições que identificaram até 74,5 mil partículas por litro em águas do bioma. Além disso, mais de 30% do habitat de espécies de aves e anfíbios no Nordeste e Sudeste são afetados pela mineração.

O relatório chama atenção ainda para a presença de resíduos de medicamentos em áreas costeiras brasileiras, incluindo compostos como ibuprofeno detectados em águas litorâneas e em espécies marinhas consumidas pela população.

Em Portugal, a redução das populações de peixes é apontada como uma ameaça crescente, em meio à estimativa de que mais de 37% dos estoques pesqueiros globais estão sobreexplorados.

O documento afirma que, até 2100, a produção mundial de pescado deve cair significativamente, afetando países que dependem de proteínas de origem aquática. O país também enfrentou perdas ambientais expressivas, incluindo a destruição de 50 km² de floresta de Laurisilva da Madeira em incêndios registrados em 2024.

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Para países africanos lusófonos, como Moçambique e Angola, o relatório destaca o aumento da temperatura dos oceanos, que teria contribuído para a duplicação da frequência de ciclones desde a década de 1970.

As alterações climáticas também pressionam a disponibilidade hídrica, com risco de redução de até 20% na geração de energia hidrelétrica em períodos mais secos em usinas localizadas no rio Zambeze.

O estudo conclui que investimentos em clima, biodiversidade e redução da poluição podem gerar benefícios macroeconômicos amplos a partir de 2050, alcançando até US$ 20 trilhões anuais em 2070. Para isso, o Pnuma propõe transformações estruturais em cinco áreas: finanças, energia, sistemas alimentares, materiais e meio ambiente.

Redação IA Dinheiro

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