Seul — A Coreia do Sul informou neste domingo (19) que aumentaram as chances de firmar um acordo comercial com os Estados Unidos antes da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), que será realizada ainda este mês na cidade de Gyeongju. As duas delegações concluíram nova rodada de negociações em Washington e devem anunciar avanços formais nos próximos dez dias, segundo autoridades de Seul.
O assessor-chefe de política econômica do governo sul-coreano, Kim Yong-beom, afirmou que as conversas em Washington resultaram em “progresso concreto” em quase todos os pontos da pauta, restando ajustes técnicos sobre tarifas automotivas e detalhes de um pacote de investimento estimado em US$ 350 bilhões.
As tratativas seguem após o anúncio feito em julho pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que confirmou um acordo preliminar para reduzir tarifas de importação sobre produtos sul-coreanos para 15%, em troca de aportes bilionários de Seul em território americano.
Parte do investimento seria estruturada por meio de empréstimos e garantias, não apenas capital direto, em razão do impacto cambial de grandes remessas de recursos.
De acordo com o Ministério do Comércio da Coreia do Sul, a posição do país foi compreendida pela equipe americana, e as negociações devem ser finalizadas antes do encontro entre Trump e o presidente Yoon Suk-yeol, previsto para ocorrer à margem da cúpula da APEC.
O Departamento do Tesouro dos EUA também confirmou na última quarta-feira (16) que um anúncio conjunto é esperado até o fim do mês.
O novo tratado deve atualizar o atual Acordo de Livre Comércio EUA–Coreia (KORUS), em vigor desde 2012, e incluir cláusulas de reciprocidade em investimentos, cadeias de semicondutores e produção de veículos elétricos.
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As conversas avançam em um momento de crescente realinhamento industrial no Indo-Pacífico, em que Washington busca reduzir a dependência da China e fortalecer parceiros estratégicos na região.
O entendimento é considerado crucial para empresas como Samsung Electronics, LG, Hyundai Motor e SK Group, que mantêm fábricas e centros de pesquisa nos Estados Unidos. A expectativa é que o novo arranjo tarifário consolide a Coreia do Sul como um dos principais polos asiáticos de investimento em tecnologia e energia limpa.
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