O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (17) manter a taxa Selic em 15% ao ano, em linha com as expectativas do mercado. A decisão repete o tom de cautela adotado nas últimas reuniões, diante de um cenário de inflação resistente, especialmente nos setores de serviços e alimentos.
Enquanto isso, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, anunciou hoje um corte de 0,25 ponto percentual, levando a taxa para a faixa de 4,00% a 4,25%.
A medida já era aguardada e marca a continuidade de um ciclo de flexibilização monetária no país, sinalizando que novos cortes podem ocorrer até o fim do ano.
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Divergência de estratégias
A diferença entre as decisões destaca a divergência nos ciclos econômicos das duas maiores economias do continente. No Brasil, a inflação segue acima da meta, limitando espaço para reduções imediatas.
Já nos EUA, o enfraquecimento da atividade e sinais de desaceleração do mercado de trabalho abriram caminho para aliviar os custos do crédito.
Impactos no mercado
A manutenção da Selic reforça a atratividade dos ativos brasileiros, mas também mantém elevados os custos de financiamento para empresas e consumidores.
A decisão tende a sustentar o real em patamar valorizado, embora a alta dos juros nos últimos meses já tenha travado parte da atividade econômica.
Nos EUA, a redução da taxa básica pode favorecer a liquidez global e atrair mais investidores para mercados emergentes como o Brasil. Por outro lado, um ciclo mais forte de cortes poderia pressionar o dólar e afetar a competitividade das exportações brasileiras.
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Expectativas para os próximos meses
No comunicado, o Copom reafirmou que seguirá vigilante em relação às expectativas de inflação e à dinâmica fiscal do país. Já o Fed deixou claro que pretende avançar com cortes graduais, de forma previsível, para evitar instabilidades financeiras.
O contraste entre as duas decisões deve guiar os próximos movimentos do mercado, com impacto direto no câmbio, na renda fixa e na bolsa de valores.