Confiança em serviços

Brasília, 28 de agosto de 2025 — O setor de serviços no Brasil enfrenta mais um sinal de enfraquecimento. O Índice de Confiança de Serviços (ICS), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), recuou 2,6 pontos em agosto, chegando a 87,1 pontos.

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Esse é o menor patamar desde maio de 2021, quando o país ainda sofria os efeitos mais duros da pandemia. A média móvel trimestral também registrou queda de 1,6 ponto, reforçando a tendência negativa.

Pressão sobre expectativas

De acordo com a FGV, a queda foi puxada principalmente pelo índice de expectativas, que recuou 3,5 pontos, para 87,5, o menor nível desde abril de 2021.

Isso mostra que empresários e gestores de serviços estão mais pessimistas em relação aos próximos meses, diante de um cenário econômico marcado por incertezas.

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O índice de situação atual também caiu, ainda que em menor intensidade: retração de 1,6 ponto, para 86,7 pontos. O resultado indica percepção de piora nas condições correntes de negócios.

Setores mais afetados

Segundo o levantamento, a confiança caiu em sete dos dez segmentos analisados. Entre os que mais contribuíram para o resultado negativo estão os ramos de transportes, serviços prestados às famílias e serviços de informação e comunicação.

O comportamento reflete fatores como custos mais altos, desaceleração da demanda e maior cautela dos consumidores. A alta recente de alguns preços ao produtor, captada pelo IGP-M, também pressiona os custos de operação e aumenta a preocupação do setor.

Relação com a economia

O setor de serviços é o maior empregador da economia brasileira, respondendo por cerca de 70% do PIB. Por isso, a retração na confiança acende sinal de alerta: pode indicar redução no ritmo de geração de empregos e menor dinamismo econômico no curto prazo.

Economistas apontam que a queda no ICS, associada ao recuo também observado no Índice de Confiança do Comércio (ICOM) em agosto, sugere que a retomada da atividade econômica pode enfrentar obstáculos no segundo semestre.

O que dizem os especialistas

Para Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE, o resultado mostra que “a confiança do setor de serviços continua em trajetória de queda, refletindo a piora tanto da avaliação presente quanto das expectativas futuras”.

Segundo ele, a conjuntura ainda apresenta fatores de instabilidade, como juros elevados, consumo contido e incertezas fiscais, que afetam a confiança empresarial.

“A perspectiva é de manutenção do baixo nível de otimismo até que surjam sinais mais consistentes de recuperação da demanda”, afirmou.

Conclusão

O recuo do Índice de Confiança de Serviços em agosto, o terceiro consecutivo, confirma a fragilidade da retomada do setor em meio a pressões de custo, demanda instável e desconfiança dos empresários.

Como o setor é fundamental para a economia brasileira, a perda de fôlego preocupa analistas e pode influenciar decisões de investimento e geração de empregos nos próximos meses.

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José Carlos Sanchez Jr.

José Carlos Sanchez Jr.

Jornalista com foco em economia e sociedade, dedica-se a investigar como decisões econômicas, políticas e sociais se entrelaçam na construção de um Estado de bem-estar social no Brasil.

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