China
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A China anunciou nesta segunda-feira (29) um pacote de 500 bilhões de yuans (cerca de US$ 70,25 bilhões) em instrumentos financeiros para impulsionar investimentos em projetos de infraestrutura e apoiar a economia em desaceleração. A medida foi apresentada pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC), principal órgão de planejamento do país, que destacou a necessidade de acelerar obras e ampliar serviços financeiros para garantir crescimento estável.

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Pacote mira aceleração de projetos

Segundo Li Chao, porta-voz da NDRC, os novos instrumentos terão uso exclusivo para complementar o capital de projetos selecionados.

O governo central vai pressionar autoridades locais a acelerar o início de obras e dar maior agilidade ao desembolso dos recursos. O objetivo é transformar o volume financeiro em investimento efetivo no curto prazo, evitando gargalos que têm travado o ritmo de expansão.

Economia dá sinais de fraqueza

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O anúncio ocorre após dados fracos de agosto, quando a produção industrial e as vendas no varejo registraram o desempenho mais baixo desde o ano passado.

O investimento em ativos fixos também desacelerou, com crescimento de apenas 0,5% entre janeiro e agosto, frente a 1,6% nos sete primeiros meses do ano. Foi o pior resultado desde o auge da pandemia, reforçando a pressão sobre Pequim para ampliar estímulos.

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Estratégia de apoio ao crescimento

A NDRC afirmou que os 500 bilhões de yuans serão direcionados de forma prioritária a projetos com potencial de impacto imediato, em especial nas áreas de infraestrutura, energia e serviços urbanos. “Estamos trabalhando com as partes relevantes para alocar rapidamente os fundos em projetos específicos”, disse Li Chao.

A medida se soma a outras iniciativas recentes do governo chinês para sustentar a segunda maior economia do mundo, que enfrenta desafios como queda na demanda doméstica, tensões comerciais e ritmo mais lento da atividade fabril.

Repercussões globais

O pacote reforça a importância da China como motor da economia internacional. O país é um dos maiores consumidores de commodities e a aceleração de investimentos pode impactar preços globais de metais, energia e insumos industriais.

Para parceiros comerciais como o Brasil, a medida tende a sustentar a demanda por exportações de minério de ferro e soja, embora o cenário de médio prazo siga cercado de incertezas.

Apesar do esforço, economistas avaliam que os estímulos podem ter efeito limitado se não houver recuperação consistente da confiança do consumidor e do setor privado, que permanecem retraídos diante das incertezas domésticas e externas.

José Carlos Sanchez Jr.

José Carlos Sanchez Jr.

Jornalista e redator especializado em economia, finanças e investimentos. É Administrador de Empresas com MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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