O governo da China anunciou nesta terça-feira (16) um pacote de medidas para estimular o consumo doméstico e fortalecer o setor de serviços. A iniciativa, que reúne nove agências estatais, busca reverter sinais de desaceleração econômica em meio às tensões comerciais com os Estados Unidos.
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Pacote mira turismo, cultura e telecomunicações
O plano prevê a abertura de setores estratégicos, incluindo internet, telecomunicações, cultura, saúde e educação. Entre as medidas, estão a facilitação de eventos esportivos internacionais e locais, além do incentivo à realização de competições profissionais.
No campo do turismo, o governo pretende melhorar as políticas de visto, com foco em atrair visitantes estrangeiros e movimentar a indústria de serviços. Para financiar projetos culturais, esportivos e de cuidado à população, serão usados recursos do governo central e a emissão de títulos especiais por governos locais.
Financiamento para infraestrutura e troca de bens de consumo
Segundo as autoridades, parte do pacote será destinada à construção de empreendimentos turísticos, centros culturais, espaços esportivos e creches. Além disso, o governo central liberou a emissão de 231 bilhões de yuans em títulos especiais para financiar programas de substituição de bens de consumo, como eletrodomésticos e eletrônicos.
A ideia é incentivar famílias a trocarem produtos antigos por novos, dinamizando setores industriais e ampliando a base de consumo interno. Essa política também pode ajudar a reduzir o excesso de capacidade produtiva em segmentos estratégicos da economia chinesa.
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Apoio financeiro ao setor de serviços
O pacote inclui ainda instrumentos de crédito subsidiado para oito setores de serviços, que vão de saúde a telecomunicações. O objetivo é reduzir custos para empresas e consumidores, criando um ambiente mais propício à inovação e ao investimento privado.
A medida é considerada um sinal de que Pequim está disposta a adotar políticas mais agressivas de estímulo, após meses de frustração com a recuperação econômica.
Ao mesmo tempo, autoridades buscam reforçar a confiança de investidores estrangeiros, que nos últimos anos demonstraram cautela diante das tensões comerciais com Washington e da desaceleração no mercado imobiliário chinês.
O anúncio ocorre em um momento em que a China tenta equilibrar pressões externas e internas. A reação dos mercados internacionais e a efetividade do pacote serão observadas de perto, especialmente pela influência da segunda maior economia do mundo no comércio global e nas cadeias de suprimento.