A cesta básica ficou mais barata em 15 das 27 capitais brasileiras no mês de julho, segundo levantamento da Conab em parceria com o Dieese. Os recuos foram puxados por itens como arroz, feijão, carne bovina e açúcar, que registraram retração nos preços. Em São Paulo, por exemplo, o valor da cesta recuou 1,49%, mas o custo de vida segue o mais alto do país, R$ 865,90, mostrando que o alívio ainda está longe de ser sentido no bolso.
Em setembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) manteve a bandeira vermelha patamar 2 nas contas de luz — a mais cara do sistema — adicionando R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.
O preço do gás de cozinha também continua elevado em diversas regiões, pesando no orçamento doméstico. O resultado é um quadro misto: queda pontual na alimentação, mas contas fixas de energia e gás que seguem apertando o custo de vida.
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O que explica a queda da cesta básica
Segundo o Dieese, fatores como a maior oferta de produtos agrícolas e oscilações sazonais influenciaram a redução do custo em 15 capitais. O recuo foi puxado principalmente por:
- Arroz: aumento na safra e redução do preço médio;
- Feijão: maior disponibilidade no mercado;
- Carne bovina: queda de demanda no varejo;
- Açúcar: produção mais intensa no período.
Por outro lado, em 12 capitais os preços subiram, mostrando que a redução não foi uniforme no país. Esse movimento reforça a importância de olhar não apenas o indicador nacional, mas também os impactos regionais, que variam conforme clima, logística e dinâmica de consumo local.
Energia elétrica segue no topo das preocupações
Mesmo com a alimentação mais acessível em parte do país, a energia elétrica continua como um dos principais vilões do orçamento.
A bandeira vermelha patamar 2, mantida pela ANEEL em setembro, significa custo extra para as famílias em plena temporada de temperaturas mais altas, quando o consumo de ventiladores e ar-condicionado aumenta.
A justificativa da agência reguladora está ligada aos baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas. Para garantir o fornecimento, o sistema elétrico precisa acionar usinas termelétricas, que têm custo de produção mais elevado. O efeito imediato é a transferência desse custo para a conta de luz do consumidor final.
Gás de cozinha: impacto direto na mesa
O preço do GLP (gás liquefeito de petróleo), popularmente conhecido como gás de cozinha, também continua em patamares elevados. Em algumas capitais, o botijão de 13 kg ultrapassa R$ 120.
O impacto é direto na rotina das famílias, já que não há substituto imediato para o produto. O gasto fixo mensal, somado ao da energia elétrica, neutraliza parte do alívio proporcionado pela queda em alimentos básicos.
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Dicas práticas para equilibrar o orçamento doméstico
Mesmo em um cenário de altos e baixos, há estratégias que podem ajudar a reduzir despesas e organizar melhor as finanças domésticas:
1. Replaneje as compras de supermercado
Aproveite os períodos de queda de preço para estocar produtos não perecíveis, como arroz, feijão e açúcar. Compare valores em atacados e use aplicativos de ofertas para localizar descontos.
2. Reduza o consumo de energia elétrica
Pequenos ajustes fazem diferença: trocar lâmpadas por LED, desligar aparelhos da tomada quando não estão em uso e programar ciclos curtos em máquinas de lavar. Evite usar equipamentos de alto consumo nos horários de pico.
3. Organize o uso do gás
Planeje refeições para evitar desperdício, utilize panela de pressão quando possível e evite abrir o forno várias vezes durante o preparo. Essas medidas reduzem a frequência de reposição do botijão.
4. Use aplicativos de cashback e cupons
Ferramentas digitais oferecem retorno em dinheiro ou descontos em compras de mercado e contas de consumo. É uma forma de aliviar custos fixos sem comprometer a qualidade de vida.
5. Revise gastos mensais
Com alimentação, energia e gás pesando no orçamento, é fundamental revisar despesas extras como streaming, serviços pouco usados e compras parceladas. Cortes estratégicos em supérfluos liberam espaço no orçamento para o essencial.
Com essas medidas práticas, é possível equilibrar as despesas, mesmo em um cenário onde o custo com energia e gás continuam pesando no bolso.