Brasília — Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu o papel da comunicação pública como instrumento de aproximação entre o Parlamento e a sociedade. Ao celebrar os 90 anos do noticiário, o deputado destacou que a representação política depende da capacidade de mostrar à população o que é debatido e aprovado no Congresso.
Segundo Motta, a Câmara “é o coração da democracia brasileira”, por reunir pensamentos divergentes e buscar consenso em torno de temas de interesse comum. O deputado afirmou que a construção de acordos entre partidos é o que permite ao país avançar em meio à polarização política e à desinformação. Para ele, comunicar melhor o trabalho legislativo é também uma forma de proteger a própria democracia.
Nos últimos meses, a Mesa Diretora da Câmara vem ampliando ações de transparência e modernização dos canais institucionais, como a TV Câmara, a Rádio Câmara e as redes sociais oficiais.
Motta afirmou que a missão é fazer com que “o trabalho parlamentar chegue à ponta, às pessoas que representamos”, e que a população possa acompanhar o impacto direto das decisões do Congresso em áreas como educação, tributação e proteção social.
O presidente também destacou a criação do programa Câmara pelo Brasil, que pretende levar sessões, audiências e comissões temáticas para cidades fora de Brasília. A proposta é aproximar o Legislativo de diferentes realidades regionais e estimular o debate de pautas locais. “A Câmara é nacional por essência, e precisa estar presente em cada recanto do país”, afirmou.
Nos bastidores, a iniciativa é vista como um esforço de reconstrução de imagem do Parlamento após anos de desgaste político e críticas ao distanciamento entre Brasília e o cidadão comum. A aposta é que a presença física de parlamentares em estados e municípios ajude a reaproximar a instituição do eleitor e a restabelecer confiança no processo legislativo.
Hugo Motta também citou projetos aprovados recentemente que, segundo ele, mostram o esforço da Casa em responder a demandas da sociedade. Entre eles, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais e o endurecimento das penas para crimes sexuais contra vulneráveis.
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O deputado avaliou que essas votações refletem a capacidade de diálogo e construção de consenso em torno de pautas sociais.
Ao enfatizar o papel da Câmara na construção de políticas públicas, Motta defendeu que o Legislativo siga atuando de forma mais próxima das pessoas, “mostrando que o trabalho parlamentar não se resume ao plenário, mas se estende às comunidades e à vida cotidiana do cidadão”.
A entrevista ocorre num momento em que o Congresso tenta reforçar a imagem institucional em meio a desafios políticos e econômicos. Em um ambiente de radicalização, a aposta da Presidência da Câmara é que comunicação, transparência e presença territorial ajudem a recuperar o elo entre o Parlamento e a sociedade — um elo que, segundo Motta, é a base de toda democracia representativa.
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