Um levantamento recente da Serasa, divulgado em julho de 2025, escancarou um dado preocupante: apenas 40% dos brasileiros voltam a revisar suas metas financeiras após criá-las no início do ano.
Ou seja, 6 em cada 10 pessoas simplesmente abandonam seus planos e seguem o ano sem rumo financeiro. Entre os principais motivos apontados estão a falta de tempo, desorganização e imprevistos no orçamento.
Mas, segundo especialistas, a causa raiz vai além: há uma cultura de curto-prazismo nas finanças pessoais, onde o foco está no apagar incêndios, não na construção de um futuro sólido.
Sem uma rotina mínima de acompanhamento, é comum que objetivos como quitar dívidas, montar uma reserva de emergência ou começar a investir fiquem apenas no papel.
E o mais grave: a frustração acumulada por “não conseguir cumprir” metas mal gerenciadas prejudica a autoestima financeira e reduz a motivação para recomeçar.
“O problema não está em mudar a meta. Está em esquecê-la”, alerta Ana Lima, especialista em finanças comportamentais. Segundo ela, rever objetivos mensalmente — mesmo que por 10 minutos — já é suficiente para manter o foco e ajustar a rota, caso necessário.
A boa notícia é que criar uma rotina de revisão financeira não exige ferramentas complexas nem horas disponíveis.
Com pequenos ajustes semanais ou mensais, como revisar gastos fixos, acompanhar o saldo da conta e refletir sobre o que está funcionando ou não, já é possível manter suas metas vivas e realistas.
Em um cenário de instabilidade econômica, esse tipo de prática deixa de ser apenas recomendação: vira uma estratégia de sobrevivência financeira.
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