Brasília — O governo brasileiro retoma nesta quinta-feira (16), em Washington, as negociações com os Estados Unidos para discutir o aumento de tarifas sobre exportações nacionais. O encontro será liderado pelo chanceler Mauro Vieira e pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, designado pelo presidente Donald Trump após uma conversa telefônica com Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada.
Técnicos do Itamaraty estão na capital norte-americana desde o início da semana preparando os últimos detalhes do encontro. A delegação brasileira tentará convencer os Estados Unidos a reverter a sobretaxa adicional de 40%, que elevou para até 50% o total cobrado sobre diversos produtos, entre eles aço, alumínio e bens manufaturados.
A decisão de Trump foi tomada após críticas públicas de Lula ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que o norte-americano classificou como “perseguição política”.
O caso reacendeu atritos entre os dois governos e trouxe incerteza ao comércio bilateral, especialmente em um momento de desaceleração das exportações brasileiras.
Durante um evento no Rio de Janeiro na quarta-feira (15), Lula afirmou ter pedido a Trump uma conversa “sem formalidades” para tentar destravar o impasse. “Trump me ligou e combinamos de falar diretamente. Amanhã teremos a negociação”, declarou o presidente.
Nos bastidores, a equipe econômica brasileira vê a reunião como decisiva para reduzir o impacto das tarifas sobre a balança comercial.
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Desde o aumento anunciado pelos Estados Unidos, o Brasil já perdeu espaço em setores estratégicos, como metalurgia e agronegócio, que enfrentam queda nas vendas externas e aumento de custos logísticos.
Se não houver avanço nas conversas, o governo pretende levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando que as medidas norte-americanas ferem princípios de livre comércio e prejudicam o equilíbrio das relações bilaterais.
José Carlos Sanchez Jr.
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