Bolsas da Ásia recuam e Europa abre em queda à espera do Fed

Mercados globais reduzem ritmo após trimestre forte; juros nos EUA, petróleo e falas de dirigentes do Fed dominam o foco

As bolsas da Ásia fecharam mistas nesta quinta-feira (25), enquanto os principais índices da Europa abriram em queda, em meio à cautela dos investidores antes de uma bateria de discursos do Federal Reserve e de novos indicadores econômicos nos Estados Unidos. O rali recente nas ações globais e o avanço dos rendimentos dos títulos voltaram a pesar sobre o sentimento do mercado.

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Ásia interrompe sequência de altas

O índice MSCI Ásia-Pacífico (excluindo Japão) recuou 0,1%, mesmo depois de acumular alta de 5% no mês e 9% no trimestre. Em Tóquio, o Nikkei 225 avançou 0,2%, mas também mostrou sinais de acomodação após saltar 13% no trimestre.

Na China, o CSI300 subiu 0,7%, enquanto o Hang Seng de Hong Kong avançou 0,2%, sustentado pelas ações de tecnologia. O índice setorial HSTECH completou oito semanas seguidas de ganhos, a maior sequência já registrada, impulsionado pelo otimismo em relação à inteligência artificial.

Europa abre em queda com setores pressionados

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Na abertura, o STOXX 600 recuava cerca de 0,3%, interrompendo o rali que levou o índice global a nove recordes apenas neste mês. As quedas foram lideradas pelos setores de saúde e industrial, com empresas como Siemens Healthineers, Philips e Coloplast entre as maiores baixas.

O movimento reflete a avaliação de investidores sobre as falas recentes do presidente do Fed, Jerome Powell, que classificou as ações como “bastante valorizadas”, aumentando a percepção de risco sobre os preços atuais.

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Juros e commodities mantêm mercado em alerta

Os rendimentos dos Treasuries permaneceram em torno de 4,14% ao ano, depois de leilões pesados de títulos nesta semana. O dólar seguiu firme contra o iene e outras moedas, enquanto o franco suíço atingiu máxima histórica sobre a moeda japonesa após o Banco Nacional da Suíça manter os juros em 0%.

No mercado de commodities, o petróleo devolvia parte da alta de 2% registrada ontem, após queda inesperada nos estoques dos EUA, e o ouro se aproximava da máxima histórica de US$ 3.790 a onça, em meio à busca por proteção.

Com pelo menos sete dirigentes do Fed programados para discursar hoje e dados de inflação nos EUA previstos para sexta-feira (26), os investidores seguem em compasso de espera.

Abertura do mercado no Brasil

A leitura global desta manhã indica uma abertura de cautela para o Ibovespa, após o índice acumular ganhos recentes apoiado em Petrobras e bancos.

A força do dólar no exterior e o comportamento das commodities, especialmente petróleo e minério, devem ditar o tom dos primeiros negócios nesta manhã de quinta-feira.

O mercado local também aguarda os desdobramentos das falas do Fed, que podem influenciar diretamente juros futuros e fluxo estrangeiro na B3.

José Carlos Sanchez Jr.

José Carlos Sanchez Jr.

Jornalista e redator especializado em economia, finanças e investimentos, com experiência em cobertura de mercado, políticas públicas e programas sociais. É Administrador de Empresas com MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Autor e fundador do portal IA do Dinheiro.

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