Mercado reduz projeção de inflação e mantém Selic em 15% na semana, aponta Focus

Expectativas também indicam PIB em leve alta e dólar mais barato até o fim do ano

O mercado financeiro reduziu levemente a projeção de inflação para 2025 e manteve a expectativa da taxa Selic em 15% ao ano, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (01) pelo Banco Central. As estimativas são fruto da mediana das projeções de mais de 100 instituições financeiras e servem como termômetro das expectativas econômicas do país.

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De acordo com os dados oficiais do Banco Central, a projeção para o IPCA para 2025 caiu de 4,86% na semana passada para 4,85% nesta semana, sinalizando continuidade do movimento de queda observado nos últimos meses.

Para 2026, a expectativa passou de 4,33% para 4,31%. Já a taxa básica de juros segue estável, com expectativa em fechar 2025 em 15% neste ano, com previsão de recuo gradual para 12,5% em 2026 e 10,5% em 2027.

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Relatório Focus da semana

IndicadorSemana AnteriorAtualPerspectiva
IPCA 20254,86%4,85%Leve queda
PIB 20252,18%2,19%Alta
Câmbio 2025R$ 5,59R$ 5,56Real valorizado
Selic 202515,00%15,00%Estável
Dívida/PIB 202565,80%65,80%Estável

IPCA 2025

Semana Anterior: 4,86%

Atual: 4,85%

Perspectiva: Leve queda

PIB 2025

Semana Anterior: 2,18%

Atual: 2,19%

Perspectiva: Alta

Câmbio 2025

Semana Anterior: R$ 5,59

Atual: R$ 5,56

Perspectiva: Real valorizado

Selic 2025

Semana Anterior: 15,00%

Atual: 15,00%

Perspectiva: Estável

Dívida/PIB 2025

Semana Anterior: 65,80%

Atual: 65,80%

Perspectiva: Estável

Inflação e atividade econômica

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O relatório também trouxe revisões positivas para o Produto Interno Bruto (PIB). A mediana das projeções aponta crescimento de 2,19% em 2025, ligeiramente acima da expectativa da semana anterior (2,18%). Para 2026, o mercado espera avanço de 1,87%.

No campo inflacionário, os preços administrados — que incluem tarifas de energia, combustíveis e outros serviços regulados — devem encerrar 2025 com alta de 4,68%, abaixo da estimativa de 4,70% feita na semana passada. O IGP-M, índice muito usado em contratos de aluguel, também teve ajuste, passando de 1,04% para 1,14%.

Câmbio e setor externo

As expectativas para o câmbio indicam valorização do real. O dólar deve encerrar 2025 a R$ 5,56, abaixo da mediana de R$ 5,59 registrada na semana anterior.

Para 2026 e 2027, as projeções se mantêm próximas de R$ 5,62. Já o saldo da balança comercial foi projetado em US$ 65 bilhões em 2025, enquanto o déficit em conta corrente deve atingir US$ 65,06 bilhões.

Contas públicas

As estimativas para as contas do governo seguem desafiadoras. O déficit primário projetado para este ano passou de -0,53% para -0,52% do PIB, enquanto a dívida líquida do setor público deve alcançar 65,8% em 2025, subindo para 70,05% em 2026 e chegando a 73,9% em 2027.

Perspectiva

O relatório Focus desta semana reforça o cenário de inflação em queda gradual e juros elevados no curto prazo, mas com expectativa de cortes a partir de 2026.

O câmbio mais favorável e o crescimento modesto do PIB sustentam uma visão de estabilidade para a economia, ainda que as contas públicas continuem pressionadas.

Para microempresas, isso representa cautela. É preciso fortalecer o fluxo de caixa, evitar empréstimos, dado que os juros ainda seguem elevados, e fortalecer o relacionamento com fornecedores para esticar o prazo médio de pagamento.

José Carlos Sanchez Jr.

José Carlos Sanchez Jr.

Administrador de Empresas com MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atualmente é consultor financeiro e redator especialista em finanças.

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