Ações de tecnologia puxam alta das bolsas na Europa após corte do Fed

STOXX 600 sobe com setor de tecnologia, mas quedas de SIG, Next e Continental limitam ganhos no mercado europeu

As bolsas da Europa iniciaram a quinta-feira (18) em alta, impulsionadas pela recuperação das ações de tecnologia, que reagiram ao primeiro corte de juros do Federal Reserve desde dezembro. O avanço, no entanto, foi acompanhado de quedas expressivas em companhias como SIG Group, Next e Continental, o que trouxe contrastes ao pregão.

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Mercados europeus sobem após corte do Fed

O índice pan-europeu STOXX 600 avançou 0,7% nas primeiras horas de negociação desta quinta-feira (18), refletindo o alívio proporcionado pela redução de 0,25 ponto percentual nos juros norte-americanos.

A decisão foi amplamente antecipada, mas sinalizou uma postura mais cautelosa do Fed em relação a novos cortes, o que moderou parte do entusiasmo inicial dos investidores.

Ainda assim, a sinalização de liquidez adicional favorece ativos de risco e tende a dar fôlego às bolsas globais. O impacto também foi observado em alguns mercados da Ásia, onde empresas de tecnologia acompanharam o movimento de recuperação.

Tecnologia lidera ganhos no STOXX 600

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O destaque positivo ficou por conta do setor de tecnologia, que subiu 2,1% e liderou os ganhos na Europa. Após perdas acumuladas nos meses de julho e agosto, as ações ligadas à inovação começaram a mostrar sinais de recuperação.

A expectativa é que juros mais baixos ampliem investimentos em companhias do setor, especialmente diante da pressão por crescimento em segmentos como semicondutores e serviços digitais.

Quedas fortes em SIG, Next e Continental

Nem todas as empresas seguiram a trajetória de alta. A suíça SIG Group despencou 20% e teve suas negociações suspensas após emitir um alerta de lucro para 2025 e suspender o pagamento de dividendos. A notícia gerou forte reação negativa, principalmente entre investidores que buscam renda estável em papéis defensivos.

No Reino Unido, a varejista de moda Next caiu 5,4% ao projetar desaceleração no crescimento de vendas para a segunda metade do ano, refletindo o enfraquecimento do consumo doméstico.

Já a alemã Continental recuou cerca de 20% após concluir o spin-off de sua divisão de autopeças Aumovio, listada em Frankfurt a 35 euros por ação.

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Novo Nordisk avança com resultado de teste clínico

Em contraste com as perdas corporativas, a dinamarquesa Novo Nordisk registrou alta de 2,7%. A farmacêutica anunciou resultados positivos em um estudo clínico de sua versão em comprimido do medicamento Wegovy, destinado ao tratamento da obesidade.

O teste apontou uma redução média de 16,6% do peso dos pacientes, superando resultados anteriores da versão injetável e reforçando o potencial de mercado do produto.

Bancos centrais europeus e cenário fiscal em foco

O corte do Fed também influenciou decisões em outras economias. O Banco da Noruega reduziu sua taxa básica em 25 pontos-base, acompanhando o movimento norte-americano. 

Já o Banco da Inglaterra deve optar pela manutenção dos juros em reunião ainda nesta quinta-feira. Enquanto isso, investidores observam de perto as discussões fiscais em países como Alemanha e França.

O dilema é equilibrar estímulos ao crescimento com a crescente preocupação sobre o endividamento público, em um ambiente de desaceleração econômica no continente.

O que esperar para os próximos meses

Para analistas ouvidos pela IA do Dinheiro, o desempenho desta quinta-feira reflete a combinação de alívio monetário global e pressões corporativas locais.

Enquanto o setor de tecnologia desponta como motor de recuperação, alertas de lucro e reestruturações empresariais lembram que a trajetória europeia seguirá marcada por volatilidade.

“Mesmo que o Fed não tenha adotado a postura mais agressiva, a expectativa é de novos cortes, e isso tende a sustentar o apetite por risco nos próximos meses”, avalia Daniela Hathorn, analista da Capital.com.

José Carlos Sanchez Jr.

José Carlos Sanchez Jr.

Jornalista e redator especializado em economia, finanças e investimentos, com experiência em cobertura de mercado, políticas públicas e programas sociais. É Administrador de Empresas com MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Autor e fundador do portal IA do Dinheiro.

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