O Ranking da Universalização do Saneamento 2025 da ABES, é feito com base nos dados dos municípios (e seus prestadores de saneamento) os quais reúnem indicadores oficiais do SINISA – Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico – para avaliar o avanço dos serviços de água, esgoto e resíduos sólidos em todo o Brasil.
Vale destacar que existem outros dois pontos importantes: primeiro, os dados são autodeclarados pelos prestadores de serviços e segundo, para este ranking, foi feito um recorte específico dentro das DRSAI (Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado), considerando apenas as doenças de transmissão feco-oral, como diarreias, febres entéricas e hepatite A.
A saúde é analisada a partir das taxas de internações por essas doenças registradas no DATASUS, calculadas por 100 mil habitantes.
O ranking sempre utiliza dados fechados do ano anterior ao relatório e tem edições desde 2017 (Dados base 2016). Entretanto, devido aos problemas derivados da pandemia COVID-19 ele não foi publicado de 2022 a 2024, retornando agora em 2025.
O levantamento de 2025 reúne 2.483 municípios, que representam cerca de 45% do total de 5.570 municípios brasileiros e aproximadamente 80% da população. Todas as 27 capitais estão incluídas.
Principais conclusões gerais do Ranking 2025:

O saneamento é um desafio nacional ainda não superado
O Ranking ABES 2025 deixa claro que o Brasil avançou, mas a universalização do saneamento ainda não foi alcançada pela maioria dos municípios. A grande concentração de cidades na categoria Empenho para a Universalização mostra que há esforço, contudo, os resultados ainda são insuficientes frente às metas nacionais.
Mensagem: é necessário acelerar decisões, investimentos e reformas institucionais para transformar empenho em resultado concreto.

Saneamento é política de saúde pública
Os dados revelam uma relação direta e inequívoca entre saneamento e saúde:
- Municípios com pior desempenho em saneamento apresentam taxas muito mais altas de internações por doenças evitáveis;
- Onde o saneamento avança, a pressão sobre o sistema de saúde diminui.
Mensagem: investir em saneamento reduz gastos em saúde, salva vidas e melhora a produtividade da população.

Planejamento diferencia os municípios que avançam
O Ranking mostra que os municípios melhor posicionados são aqueles que:
- Possuem Plano Municipal de Saneamento Básico;
- Utilizam o planejamento como instrumento de gestão e priorização de investimentos.
Mensagem: planejar não é burocracia, é condição para acessar recursos, atrair investimentos e entregar resultados à população.
O porte do município não é desculpa para a estagnação
Embora os grandes municípios tenham maior capacidade instalada, o Ranking demonstra que municípios de pequeno e médio porte também conseguem alcançar alto desempenho, quando há:
- Governança;
- Planejamento;
- Continuidade administrativa.
Mensagem: boa gestão faz diferença, independentemente do tamanho do município.
O Marco Legal do Saneamento é um instrumento de transformação
Os resultados do Ranking indicam que:
- Municípios alinhados ao Marco Legal apresentam melhores indicadores;
- A exigência de metas, planejamento e eficiência já começa a produzir efeitos positivos.
Mensagem: o Marco Legal deve ser visto como ferramenta de inclusão social e desenvolvimento, e não apenas como exigência regulatória.
Universalizar o saneamento não é apenas cumprir uma meta legal. É reduzir desigualdades, proteger a saúde pública, valorizar o território e garantir dignidade à população. O Ranking ABES 2025 mostra o caminho. Agora, cabe às lideranças transformar diagnóstico em ação.
Fonte: https://www.abes-sp.org.br/abes-lanca-ranking-da-universalizacao-do-saneamento-2025-com-dados-ineditos-por-municipio/



Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Ainda não há comentários nesta matéria.