O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (22) a entrada da Rede D’Or no programa Agora Tem Especialistas, com os hospitais Glória D’Or, no Rio de Janeiro, e Niterói D’Or realizando cirurgias cardiológicas para pacientes do SUS a partir de janeiro de 2026, com objetivo de ampliar o acesso e reduzir filas por procedimentos de alta complexidade.
O Ministério da Saúde confirmou a adesão da Rede D’Or ao programa Agora Tem Especialistas, iniciativa criada pelo governo federal para aumentar a oferta de consultas, exames e cirurgias especializadas à população que depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS).
O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no Rio de Janeiro. Com a inclusão, os hospitais Glória D’Or e Niterói D’Or passam a reforçar a rede pública no atendimento a pacientes que aguardam procedimentos de média e alta complexidade.
De acordo com o Ministério da Saúde, essas duas unidades da Rede D’Or devem realizar cerca de 100 cirurgias cardiológicas por ano para pacientes do SUS, em um investimento estimado em R$ 3,6 milhões.
Com a nova adesão, o número de hospitais privados e filantrópicos participantes do programa chega a 28 em todo o país.
A expectativa é que a medida contribua para reduzir o tempo de espera e ampliar a capacidade de atendimento, especialmente em regiões com maior demanda reprimida.
Em 2025, o programa Agora Tem Especialistas já representa mais de R$ 150 milhões em atendimentos adicionais ao SUS. Para o início de 2026, a projeção do Ministério da Saúde é ampliar o valor para aproximadamente R$ 200 milhões anuais.

A lógica do programa envolve contrapartidas financeiras: as instituições participantes recebem créditos que podem ser usados para quitar tributos federais vencidos ou a vencer, enquanto reforçam sua atuação no atendimento público.
No caso específico da Rede D’Or, cerca de R$ 300 mil mensais serão direcionados à realização de cirurgias de revascularização do miocárdio, procedimento considerado essencial para prevenir infartos e evitar complicações cardíacas graves.
Segundo Alexandre Padilha, a medida garante mais rapidez no acesso a procedimentos complexos e assegura estrutura adequada para os pacientes.
O ministro destacou que o acordo garante equipes especializadas, equipamentos e insumos necessários para a realização das cirurgias, evitando longas esperas por parte dos usuários do SUS. As primeiras cirurgias no âmbito do programa estão previstas para começar já em janeiro de 2026.
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Os encaminhamentos serão feitos pelas secretarias municipais de saúde do Rio de Janeiro e de Niterói, seguindo critérios definidos pelas centrais locais de regulação.
O programa prioriza sete áreas consideradas estratégicas: oncologia, cardiologia, ortopedia, ginecologia, otorrinolaringologia, oftalmologia e nefrologia.
Com a participação do setor privado, o Ministério da Saúde espera reduzir significativamente o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias nessas especialidades.
A pasta avalia que o uso da capacidade instalada de hospitais privados e filantrópicos, com profissionais já qualificados e infraestrutura disponível, representa um ganho imediato para a população.
Além da ampliação da oferta assistencial, o Ministério da Saúde firmou uma carta de intenção com o Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa para cooperação em áreas como neurociências, oncologia, terapias avançadas e pesquisa clínica.
No Rio de Janeiro, também foi assinado um acordo com a Sociedade Brasileira de Anestesiologia para mapear a demanda por profissionais e ampliar a formação de anestesiologistas no país.
O objetivo é qualificar 300 profissionais e identificar serviços prioritários, em uma tentativa de enfrentar uma das principais limitações para expansão de cirurgias eletivas no Brasil.











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