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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Brasília (DF) — O Tribunal Superior Eleitoral encerrou nesta sexta-feira (05) o teste público de segurança das urnas eletrônicas que serão usadas em 2026, confirmando mais uma vez a integridade do sistema e reforçando a transparência do processo eleitoral brasileiro. Desde segunda-feira, especialistas independentes de tecnologia submeteram os equipamentos a uma bateria de verificações — e, como ocorre há mais de uma década, nenhuma inconsistência relevante foi encontrada. O resultado reafirma a solidez de um modelo que já atravessou mudanças de governo, crises políticas e campanhas agressivas de desinformação.

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Os testes fazem parte de um programa permanente de auditoria iniciado em 2009, quando o TSE passou a convidar equipes externas para tentar identificar vulnerabilidades. Nesta edição, os especialistas analisaram desde o código-fonte até os mecanismos de registro e transmissão dos votos.

A conclusão foi categórica: o sistema permanece íntegro, resistente e transparente, em contraste direto com as acusações de fraude que setores da extrema direita insistem em propagar — sem apresentar uma única prova em 25 anos de uso das urnas.

A robustez do procedimento técnico desmonta, mais uma vez, a retórica golpista que marcou o ciclo bolsonarista. A estratégia de desacreditar eleições, inspirada na postura de Donald Trump após perder em 2020, encontrou no Brasil um terreno fértil entre grupos dispostos a transformar frustração eleitoral em ataque às instituições.

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Mas, diante de auditorias públicas, abertas e replicáveis, o discurso de fraude cai por terra — e expõe o caráter político, não técnico, das acusações.

Desde o início da década, a extrema direita brasileira construiu uma campanha sistemática contra o sistema eleitoral, tentando plantar dúvida no que sempre foi reconhecido internacionalmente como uma das experiências mais avançadas de votação digital.

A narrativa, no entanto, nunca resistiu ao confronto com a realidade: universidades, especialistas independentes, entidades internacionais e as próprias equipes convidadas pelo TSE reiteram ano após ano a segurança das urnas.

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

A insistência na retórica de fraude tem impacto político claro. Em vez de aceitar derrotas eleitorais dentro das regras democráticas, setores bolsonaristas recorreram a táticas de intimidação, teorias conspiratórias e mobilização digital para criar um ambiente de suspeita artificial.

Mas cada ciclo de testes reafirma o oposto: que o sistema brasileiro é verificável, auditável e imune às manipulações imaginárias que se tornaram mantras de campanhas radicais aqui e nos Estados Unidos.

Com a aproximação das eleições de 2026, a reconfirmação técnica da lisura do processo se torna ainda mais relevante. O país chega ao próximo pleito em um ambiente de maior vigilância democrática, após a tentativa explícita de deslegitimar resultados e instrumentalizar a dúvida como estratégia política.

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A resposta institucional, porém, segue consistente: abrir o sistema ao escrutínio público, expor dados, permitir ataques controlados e apresentar resultados verificáveis.

Nada indica que o discurso de fraude vá desaparecer entre grupos alinhados ao bolsonarismo, mas a repetição dos testes — e a repetição dos mesmos resultados — garante à sociedade o que importa: segurança, transparência e estabilidade.

Enquanto narrativas radicais oscilam conforme conveniências eleitorais, o sistema continua entregando aquilo que se propõe há mais de duas décadas: eleições confiáveis, auditáveis e imunes a manipulações.

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O processo democrático brasileiro, que resistiu a campanhas de desinformação, tentativas de ruptura e importação de estratégias golpistas, se fortalece mais uma vez com o encerramento do teste deste ano.

Ao confirmar a integridade das urnas, o TSE reafirma a confiança pública no instrumento que garante o voto de milhões — e desmonta, com método e transparência, as fantasias políticas que tentam corroer a vontade popular.

José Carlos Sanchez Jr.

José Carlos Sanchez Jr.

Jornalista e editor-chefe da IA Dinheiro. Produz reportagens e conteúdos com foco em economia, democracia, desigualdade e políticas públicas.

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