Rio de Janeiro (RJ) — O 1º Encontro LGBTQIA+ dos bancários do Rio de Janeiro, que acontece neste sábado (22), das 10h às 16h, marca um gesto político dentro e fora das agências: celebrar o amor como direito e garantir que trabalhadores LGBTQIA+ possam viver plenamente suas relações afetivas sem medo, dentro e fora do local de trabalho. O encontro será realizado na Travessa do Sereno, na região da Pedra do Sal, e inclui debates, apoio jurídico e uma confraternização ao final.
Embora o foco seja promover acolhimento e articulação política no setor bancário, sua mensagem extrapola o mercado financeiro: o reconhecimento das famílias LGBTQIA+ como parte legítima da sociedade brasileira.
O casamento igualitário, garantido desde 2013, segue alvo de tentativas de retrocesso em setores políticos e religiosos. Para trabalhadores LGBTQIA+, isso se traduz em dilemas que começam no crachá e chegam ao lar: receio de mencionar o cônjuge, medo de acessar benefícios previstos em lei, insegurança diante da chefia.
Esses obstáculos cotidianos tornam encontros como o deste sábado fundamentais para afirmar que afeto também é política. Quando um casal LGBTQIA+ conquista o direito ao casamento, não está apenas formalizando um vínculo: exige que o Estado reconheça sua família — com as mesmas garantias e dignidade asseguradas a qualquer outra.
No setor bancário, esse reconhecimento ainda enfrenta barreiras. Em ambientes corporativos que cultivam uma “neutralidade” heteronormativa, expressões visíveis de afeto — uma aliança, uma foto, a palavra “esposa” ou “marido” — ainda podem ser vistas como transgressão.
Por isso, ao reunir bancários LGBTQIA+ em um espaço plural da vida urbana, o coletivo organizador reafirma um recado direto: amor não é exceção — é direito. E deve ser protegido pela lei, respeitado no trabalho e celebrado em sociedade.
A programação inclui rodas de conversa sobre direitos civis, saúde mental e reconhecimento familiar, além de orientação jurídica e espaços de escuta. A proposta não se limita a denunciar problemas, mas também em construir comunidade.
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Para militantes LGBTQIA+, a força de vínculos afetivos em rede é o que sustentou — e ainda sustenta — cada avanço conquistado. Portanto, antes de ser pauta jurídica, o casamento igualitário nasceu do gesto simples e político de afirmar: “nós existimos, nós amamos, nós somos família”.
E o encontro se insere nesse percurso histórico apontando para seu futuro. Em um contexto em que surgem no Congresso novas tentativas de restringir direitos civis, a mobilização nos locais de trabalho é decisiva para impedir qualquer retrocesso.
Porque, no fim das contas, se uma sociedade se mede por como trata suas famílias, o movimento LGBTQIA+ lembra que todas merecem proteção. E que amar é um direito que não se negocia.
As inscrições são gratuitas e limitadas a 60 participantes. Interessados podem garantir o seu lugar acessando o site oficial do evento.



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