São Paulo (SP) — O Brasil registrou aumento superior a 700% nas uniões entre pessoas do mesmo sexo entre 2010 e 2022, passando de cerca de 58 mil para aproximadamente 480 mil registros no último Censo do IBGE, com maior participação de casais formados por duas mulheres e concentração dos dados na Região Sudeste.
O Censo Demográfico 2022 identificou que 58% das uniões homoafetivas são compostas por duas mulheres, enquanto 41,8% envolvem dois homens. Essas uniões representam cerca de 0,7% das unidades domésticas do país, aumento em relação aos 0,1% observados em 2010.
A pesquisa mostra que a maioria dos casais do mesmo sexo vive em união consensual, sem registro formal. O IBGE apontou que 77% das uniões não passaram por cartório ou cerimônia religiosa, enquanto 21,2% foram oficializadas como união estável ou casamento civil, e cerca de 1,2% ocorreram apenas por via religiosa.
A distribuição regional indica maior concentração no Sudeste, com 48,1% das uniões do país, seguido por percentuais menores nas demais regiões, especialmente no Norte, que registrou 6,9%.
O levantamento também revelou mudança no perfil educacional desse grupo. Pessoas em uniões homoafetivas com ensino superior completo passaram de 25,8% em 2010 para 31% em 2022, segundo o IBGE.
Os dados mostram um avanço significativo na declaração e registro de casais do mesmo sexo no país ao longo de doze anos, refletindo maior visibilidade em pesquisas oficiais e aumento no total de arranjos familiares formados por pessoas LGBTQIA+.
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Apesar do crescimento expressivo, a proporção ainda é considerada baixa em relação ao número total de domicílios brasileiros, uma vez que a maioria das famílias no país ainda é formada por casais heterossexuais.
O Censo 2022 consolidou pela segunda vez na história o registro de uniões homoafetivas em sua metodologia, após a primeira contabilização oficial ocorrer em 2010.



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