Os contratos futuros da soja caíram nesta segunda-feira (6) na Bolsa de Chicago (CBOT), pressionados pelo avanço da colheita nos Estados Unidos e pelo ritmo acelerado do plantio antecipado no Brasil, que já figura entre os mais rápidos da história recente.
De acordo com operadores, o movimento reflete aumento de oferta global e forte concorrência nas exportações, especialmente com o Brasil ampliando sua presença nos mercados asiáticos.
O contrato de soja para novembro recuou 0,25 centavo, fechando em US$ 10,1775 por bushel.
Analistas afirmam que a principal compradora mundial, a China, tem evitado comprar soja norte-americana, concentrando pedidos na América do Sul — o que amplia a pressão sobre os preços internacionais.
“Tem sido um mercado calmo. Os traders aguardam o anúncio do pacote de ajuda do governo americano aos produtores afetados pela guerra comercial com a China”, disse Rich Nelson, estrategista-chefe da Allendale Inc., à Reuters.
O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) ainda não publicou novas atualizações sobre vendas externas ou ritmo de colheita devido à paralisação parcial do governo federal, que já dura seis dias.
Estimativas privadas apontam, porém, que cerca de 39% da safra de soja e 29% da de milho já foram colhidos — ritmo considerado elevado para esta época do ano.
Enquanto isso, o plantio da safra 2025/26 no Brasil avança rapidamente, com destaque para Mato Grosso, Goiás e Paraná.

Segundo a consultoria AgRural, o ritmo é o segundo mais acelerado da série histórica até o fim de setembro, mês em que as exportações brasileiras de soja cresceram 20% na comparação anual, e as de milho aumentaram 18%, conforme dados do governo.
A força do Brasil como principal exportador global reforça a tendência de preços mais baixos para o produto norte-americano, especialmente diante da safra recorde esperada nos EUA.
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Os demais grãos também apresentaram variação moderada: o milho de dezembro subiu 2,75 centavos, a US$ 4,2175/bushel, impulsionado por recompras técnicas, enquanto o trigo de dezembro caiu 2,5 centavos, para US$ 5,1275/bushel, após três sessões de alta consecutiva.
A expectativa agora se volta para a reunião entre Donald Trump e Xi Jinping, prevista para o fim do mês, que pode redefinir as perspectivas do comércio agrícola global.