O petróleo recua nesta quinta-feira (2) pelo quarto pregão consecutivo. O Brent era negociado a US$ 64,83 e o WTI a US$ 61,26 às 9h53 GMT, pressionados pela expectativa de que a Opep+ decida ampliar a produção já em novembro, reforçando temores de excesso de oferta no mercado global.
Segundo três fontes próximas às negociações ouvidas pela Reuters, a aliança liderada por Arábia Saudita e Rússia avalia elevar a oferta em até 500 mil barris por dia no mês que vem, movimento que triplicaria o aumento anunciado para outubro.
A perspectiva de mais barris no mercado ocorre em meio ao crescimento dos estoques nos Estados Unidos, que avançaram 1,8 milhão de barris na semana encerrada em 26 de setembro, segundo a Administração de Informação de Energia (EIA).
Os investidores também acompanham as discussões do G7 sobre novas medidas contra o petróleo russo e a decisão de Washington de fornecer inteligência à Ucrânia para ataques a refinarias e oleodutos. Até agora não há registros de interrupções efetivas no fornecimento, mas autoridades do bloco reconhecem que um bloqueio de infraestrutura pode reduzir a oferta global e aumentar a volatilidade dos preços.
Na Ásia, as bolsas fecharam em alta, puxadas pelo rali de tecnologia. O Kospi, da Coreia do Sul, subiu quase 3%, impulsionado por Samsung e SK Hynix após acordo de fornecimento de chips para centros de dados de inteligência artificial da OpenAI. O Nikkei, em Tóquio, avançou perto de 1%. Já a China permaneceu fechada pelo feriado da Golden Week, reduzindo a liquidez na região.
Na Europa, o Stoxx 600 registrava alta de 0,7% às 8h45 GMT, a 568,7 pontos, renovando recorde histórico. O DAX, em Frankfurt, subia 1,3%, apoiado por papéis de tecnologia e pelo setor automotivo. A inflação da zona do euro em 2,2% ao ano em setembro e as apostas de corte de juros pelo Federal Reserve sustentaram o apetite por risco.
Nas commodities agrícolas, o mercado segue instável, com o milho e o trigo ensaiando recuperação após quedas recentes, enquanto a soja permanece pressionada por maior oferta. O setor ainda reflete os custos de frete e a disponibilidade de insumos em meio a gargalos logísticos.
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Nesse contexto, o cenário externo sugere um pregão de sinais mistos no Brasil. A queda do petróleo tende a pesar sobre empresas ligadas a combustíveis, enquanto o avanço das bolsas globais pode favorecer papéis de tecnologia e crescimento.
A ausência da China nos negócios asiáticos reduz as referências para exportadoras, enquanto que no câmbio e nos juros, a fraqueza do dólar no exterior e a expectativa de política monetária mais branda nos Estados Unidos podem dar algum alívio, ainda que o risco fiscal doméstico siga no centro do radar.