O Ibovespa encerrou esta terça-feira (30) em leve baixa de 0,07%, aos 146.237 pontos, após alcançar máxima histórica intradiária acima de 147 mil pontos mais cedo no pregão. O movimento reflete ajustes de carteiras e cautela dos investidores diante do cenário doméstico e internacional. Apesar da correção no dia, o índice acumulou valorização de 3,25% em setembro, consolidando o terceiro mês consecutivo de ganhos.
Política e economia no radar
O resultado do pregão refletiu também os indicadores domésticos. O IBGE divulgou taxa de desemprego de 5,6% no trimestre até agosto, em linha com as projeções e sinal de estabilidade no mercado de trabalho.
O Tesouro Nacional informou que a Dívida Pública Federal chegou a R$ 8,14 trilhões e revisou as metas do Plano Anual de Financiamento, acendendo alerta sobre a trajetória fiscal.
No noticiário político, repercutiram movimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro e do PL, além da possibilidade de encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. Esse conjunto de fatores contribuiu para a volatilidade dos ativos ao longo do dia.
Tensões globais pesam no humor
No exterior, os investidores monitoraram a indefinição no Congresso norte-americano sobre o orçamento e o risco de paralisação parcial do governo, o chamado shutdown.
A situação adicionou incerteza e pressionou os mercados globais, enquanto os yields dos Treasuries oscilaram diante do impasse político.
Na China, o minério de ferro recuou em meio à aproximação da Golden Week e à pressão sobre as siderúrgicas, fator que afetou diretamente empresas ligadas a commodities listadas na B3.
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Altas e quedas do pregão
O pregão foi marcado por movimentos expressivos em ações específicas. Entre as maiores altas, Minerva avançou 3,21% após o Investor Day, quando a empresa destacou plano de venda de ativos e pagamento de dividendos.
A MRV subiu 3,19% ao anunciar a venda de terrenos nos Estados Unidos por valor acima do previsto, reforçando sua estratégia de desalavancagem. Cury ganhou 2,58%, acompanhando o bom momento do setor de habitação popular.
Do lado negativo, Magazine Luiza despencou 9,60%, refletindo preocupações sobre margens e concorrência no varejo. GPA recuou 8,72% em meio à reestruturação de operações, enquanto Lojas Renner caiu 4,00% diante de cautela com o setor de consumo.
Entre os papéis mais negociados do dia estiveram Petrobras, Ambev e Vale, que concentraram bilhões em volume financeiro e influenciaram o resultado do índice.
Mercado de juros em ajuste
Na renda fixa, o mercado de juros futuros registrou queda de até 6,5 pontos-base na curva de DIs, em dia de leilão parcial de títulos pós-fixados pelo Tesouro. O movimento trouxe alívio, especialmente nos contratos de médio e longo prazo, refletindo percepção de menor volatilidade e maior demanda por papéis públicos.
Mesmo com a realização desta terça-feira, a Bolsa de Valores encerrou setembro em alta superior a 3%, sustentada por máximas históricas intradiárias e pelo ambiente de menor pressão inflacionária no Brasil.
O resultado confirma o clima de otimismo dos investidores, embora os desafios fiscais e políticos sigam no radar como fatores de volatilidade para os próximos pregões.