A Iniciativa de Transição da Indústria (ITA, na sigla em inglês) prepara um pacote de 15 projetos no Brasil voltados à descarbonização, com o objetivo de destravar investimentos bilionários durante a COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém (PA). O plano inclui ações em setores estratégicos, como fertilizantes verdes e combustíveis sustentáveis de aviação (SAF), além de projetos industriais que podem redefinir a competitividade do país no cenário da economia verde.
ITA aposta em fertilizantes verdes e SAF
Segundo a liderança da ITA no Brasil, o foco inicial está na substituição de insumos intensivos em carbono por soluções limpas, em especial na cadeia de fertilizantes e no desenvolvimento de SAF.
O combustível sustentável de aviação tem atraído atenção global como peça central na transição energética do setor aéreo, enquanto os fertilizantes verdes respondem a uma demanda crescente por alternativas menos poluentes na agricultura.
A estratégia busca alinhar inovação tecnológica à capacidade de o Brasil se posicionar como exportador de soluções climáticas.
Brasil concentra 15 projetos estratégicos
Atualmente, o Brasil reúne 15 projetos estruturados dentro da ITA, que variam de iniciativas em bioenergia até processos industriais de baixa emissão. O país é visto como terreno fértil pela abundância de recursos naturais e pela capacidade de atrair investidores interessados em ativos de impacto ambiental positivo.
A expectativa é que parte dessas iniciativas seja apresentada em formato de carteira integrada na COP30, ampliando a visibilidade internacional e abrindo caminho para financiamentos multilaterais.
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Investimentos bilionários miram a COP30
A ITA calcula que os projetos podem captar investimentos bilionários já a partir da conferência em Belém. Para destravar esses recursos, o esforço passa por oferecer segurança regulatória e governança capaz de reduzir riscos para financiadores estrangeiros.
O encontro da COP30 é considerado uma vitrine global para atrair fundos verdes, bancos multilaterais e investidores privados, em um momento em que a economia de baixo carbono avança no centro da agenda política e empresarial.
Descarbonização atrai capital e pressiona agenda ESG
Além de abrir novas frentes de negócios, a agenda da ITA reforça a pressão sobre empresas e governos para acelerar compromissos ESG.
O movimento sinaliza que a descarbonização deixou de ser apenas uma pauta regulatória e passou a ser também uma estratégia de competitividade internacional.
A expectativa é que, com o apoio de players globais, o Brasil possa consolidar sua posição como polo de inovação climática, garantindo fluxo contínuo de investimentos sustentáveis.