Confiança no setor de serviços
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A confiança do setor de serviços no Brasil registrou alta em setembro, interrompendo três meses consecutivos de queda, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança de Serviços subiu 1,9 ponto e alcançou 89,0 pontos, resultado influenciado pela melhora tanto na avaliação da situação atual quanto nas expectativas de curto prazo. Apesar do avanço, o setor ainda sinaliza pessimismo em relação ao fim do ano, em linha com as projeções de inflação e juros elevados apontadas no Relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (29).

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Situação atual tem recuperação pontual

O Índice de Situação Atual subiu 2,7 pontos, para 93,9, maior nível desde maio, quando havia alcançado 94,2 pontos. Já o Índice de Expectativas avançou 1,1 ponto, para 84,2, revertendo parte das quedas anteriores.

Entre as oito classes de serviços pesquisadas pela FGV, quatro apresentaram melhora, com destaque para os segmentos de serviços prestados às famílias e telecomunicações.

Expectativas seguem em terreno pessimista

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Segundo Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE, a elevação em setembro tem caráter de compensação após as quedas anteriores, mas não altera o quadro de desaceleração. 

“Apesar da melhora na percepção atual, empresários ainda esperam um cenário mais difícil até o fim do ano”, afirmou. O pessimismo reflete, sobretudo, os efeitos da política monetária contracionista, com taxa básica de juros mantida em 15% ao ano pelo Banco Central.

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Relatório Focus reforça ambiente de cautela

O Focus mostrou revisão marginal para baixo na expectativa do IPCA de 2025, que passou de 4,83% para 4,81% Para o PIB, a projeção foi mantida em 2,16%, enquanto a taxa de câmbio prevista para o fim do ano recuou de R$ 5,50 para R$ 5,48 por dólar.

A taxa Selic permaneceu inalterada em 15%, reforçando o cenário de juros elevados e atividade ainda moderada. Esses números dialogam com o resultado da FGV, indicando que, apesar de uma trégua na queda da confiança, os empresários seguem atentos ao ambiente macroeconômico, que continua desafiador para o setor de serviços.

José Carlos Sanchez Jr.

José Carlos Sanchez Jr.

Jornalista e redator especializado em economia, finanças e investimentos. É Administrador de Empresas com MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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