CDB: o que é, como funciona, tipos e rendimento

O CDB se tornou uma das formas mais populares de investimento no Brasil, sendo oferecido por bancos digitais e tradicionais

O CDB, ou Certificado de Depósito Bancário, é um dos investimentos de renda fixa mais antigos e acessíveis do mercado financeiro brasileiro. Com a taxa Selic mantida em patamar elevado, esse investimento voltou a ganhar destaque nas carteiras de investidores.

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Para se ter uma ideia, em 2024 os CDBs emitidos por bancos de médio porte superaram R$ 1 trilhão em volume captado — um salto de quase 290% em relação a 2019, de acordo com levantamento do Economic News Brasil.

Diante desse cenário, entender com profundidade o funcionamento do CDB se torna mais do que uma curiosidade: é uma decisão estratégica.

Neste guia completo você vai encontrar todas as informações sobre esse investimento: sua rentabilidade, tributação, riscos e quando ele se encaixa no seu perfil financeiro. Boa leitura!

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O que é CDB e como ele funciona?

O Certificado de Depósito Bancário é um título privado emitido por instituições financeiras para captar recursos junto a pessoas físicas e jurídicas.

Quando o investidor aplica em um Certificado de Depósito Bancário, está, na prática, emprestando dinheiro ao banco, que se compromete a devolver esse valor acrescido de juros após o prazo combinado. A remuneração pode estar atrelada a diferentes indexadores ou ser prefixada.

Vale dizer que a emissão desses títulos é regulamentada pelo Banco Central e protegida pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que cobre até R$ 250 mil por CPF e por instituição, respeitado o teto global de R$ 1 milhão a cada período de quatro anos.

O funcionamento é simples: o investidor aplica um valor, escolhe o prazo e a modalidade de rentabilidade, e ao final do período acordado (ou em resgate antecipado, quando permitido), recebe o montante com os juros pactuados, descontados os impostos aplicáveis.

Tipos de Certificado de Depósito Bancário disponíveis no mercado

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Os CDBs podem ser classificados de acordo com sua forma de remuneração. Existem três formatos principais:

1. CDB pós-fixado

Atrelado ao CDI, que acompanha de perto a taxa Selic. É o tipo mais comum e recomendado para reserva de emergência e aplicações de curto prazo. A rentabilidade é expressa em um percentual do CDI, como 100%, 110% ou até 120%.

2. CDB prefixado

Possui uma taxa fixa determinada no momento da aplicação. O investidor sabe exatamente quanto irá receber ao final do prazo, independentemente de oscilações na taxa de juros. É indicado para quem acredita que os juros irão cair e deseja “travar” uma taxa vantajosa.

3. CDB atrelado à inflação (CDB IPCA+)

Essa é uma alternativa com rentabilidade composta: um percentual fixo acrescido da variação do IPCA. Exemplo: IPCA + 6% ao ano. Esse modelo protege o poder de compra ao longo do tempo e é recomendado para objetivos de longo prazo.

Além da forma de remuneração, os Certificados de Depósito Bancário também diferem quanto à liquidez. Alguns permitem resgate diário, enquanto outros só podem ser resgatados no vencimento (CDBs com liquidez restrita, geralmente com taxas mais altas).

Quanto rende um CDB?

A rentabilidade dos CDBs está diretamente relacionada ao nível da taxa Selic, atualmente mantida em 15% ao ano. CDBs pós-fixados que pagam entre 110% e 120% do CDI podem render, na prática, algo em torno de 1,1% ao mês bruto.

CDBs prefixados oferecem hoje taxas entre 12% e 13,5% ao ano, dependendo do prazo e da instituição emissora. Já os atrelados ao IPCA têm remunerações que variam entre IPCA + 5% e IPCA + 6,5%, refletindo o prêmio de risco diante da incerteza inflacionária.

Para comparar de forma realista, é necessário considerar o prazo da aplicação, a alíquota de imposto de renda incidente e o tipo de liquidez oferecida.

CDBs com vencimento acima de 720 dias, por exemplo, contam com a menor alíquota de IR (15%), o que pode torná-los mais rentáveis que alternativas com resgate mais curto.

Tributação e regras fiscais

O Certificado de Depósito Bancário está sujeito à incidência de Imposto de Renda exclusivamente sobre os rendimentos, conforme a tabela regressiva abaixo:

  • Até 180 dias: 22,5%;
  • De 181 a 360 dias: 20%;
  • De 361 a 720 dias: 17,5%;
  • Acima de 720 dias: 15%.

Essa alíquota é descontada automaticamente no resgate. Além disso, há cobrança de IOF regressivo se o resgate ocorrer nos primeiros 30 dias após a aplicação — prática não recomendada.

Importante observar que os rendimentos do Certificado de Depósito Bancário devem ser informados na declaração anual de IR, mesmo que o imposto tenha sido retido na fonte. O informe de rendimentos é fornecido pelo banco ou corretora.


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CDB x Tesouro Direto: qual vale mais a pena?

Embora ambos sejam investimentos de renda fixa, existem diferenças significativas:

  • O Tesouro Direto é emitido pelo governo federal, possui liquidez diária garantida pelo Tesouro Nacional e maior segurança institucional;
  • O CDB, por sua vez, pode oferecer retornos superiores, especialmente quando emitido por bancos médios, mas envolve risco de crédito da instituição emissora, ainda que mitigado pelo FGC.

Em geral, o Tesouro Selic tende a ser a melhor alternativa para reserva de emergência em volumes maiores (acima do limite do FGC), enquanto o CDB pós-fixado com liquidez diária e taxa competitiva pode ser mais vantajoso em aplicações abaixo de R$ 250 mil por banco.

Riscos e cuidados ao investir em Certificado de Depósito Bancário

Apesar de ser considerado seguro, o CDB não é isento de riscos. Os principais são:

  • Risco de crédito: possibilidade de inadimplência do banco emissor. Por isso, é fundamental observar o rating da instituição e respeitar os limites do FGC;
  • Risco de liquidez: CDBs sem liquidez diária exigem que o investidor espere até o vencimento. Em caso de necessidade de resgate antecipado, pode haver deságio;
  • Risco de reinvestimento: em cenários de queda de juros, o investidor pode enfrentar dificuldade para reinvestir a mesma taxa após o vencimento.

Portanto, a escolha do CDB deve levar em conta não apenas a taxa prometida, mas o prazo, a reputação do banco e a adequação à sua estratégia de alocação.

Quando vale a pena investir em CDB?

O Certificado de Depósito Bancário é uma boa escolha em diversas situações:

  • Para reserva de emergência, desde que tenha liquidez diária e boa taxa pós-fixada;
  • Para objetivos de médio prazo, com vencimento entre 1 e 3 anos, especialmente em modelos prefixados;
  • Para proteção contra inflação, via CDBs IPCA+ com prazos longos;
  • Para otimização do caixa empresarial, quando comparado a contas correntes ou fundos DI com altas taxas de administração.

A rentabilidade competitiva, a ampla oferta no mercado e a segurança proporcionada pelo FGC tornam o CDB uma das melhores opções da renda fixa brasileira, desde que utilizado com critério.

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FAQ – Perguntas Frequentes

1. O que é CDB e como funciona?

CDB é a sigla para Certificado de Depósito Bancário, um título de renda fixa emitido por bancos. Ao investir, você empresta dinheiro à instituição financeira, que devolve o valor com juros no prazo acordado. O rendimento pode ser prefixado, pós-fixado (atrelado ao CDI) ou híbrido (IPCA + juros).

2. CDB é seguro?

Sim. O Certificado de Depósito Bancário é protegido pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira. Dentro desse limite, mesmo em caso de falência do banco emissor, o investidor tem direito ao reembolso.

3. Qual o rendimento de um CDB?

O rendimento depende do tipo e da taxa contratada. Em 2025, CDBs pós-fixados estão pagando até 120% do CDI, o que equivale a aproximadamente 13% ao ano bruto. Prefixados variam entre 11% e 13,5% ao ano, enquanto os atrelados ao IPCA podem render IPCA + 6% ou mais.

4. CDB tem imposto de renda?

Sim. O Certificado de Depósito Bancário sofre tributação de Imposto de Renda regressivo, conforme o prazo da aplicação. As alíquotas variam de 22,5% (até 180 dias) a 15% (acima de 720 dias), aplicadas apenas sobre os rendimentos.

5. Qual é o melhor CDB para reserva de emergência?

O melhor CDB para reserva de emergência é o pós-fixado com liquidez diária, que pague no mínimo 100% do CDI. Ele permite resgates a qualquer momento e acompanha a taxa Selic indiretamente.

6. CDB rende mais que a poupança?

Sim. A maioria dos CDBs rendem mais do que a poupança, principalmente os que pagam mais de 100% do CDI. Em comparação, a poupança rende apenas 6,17% ao ano quando a Selic está acima de 8,5%.

7. Como escolher o melhor CDB?

Considere a taxa de rendimento, o prazo, a liquidez e a solidez do banco emissor. Bancos médios costumam oferecer taxas mais atrativas, mas exigem atenção ao limite de cobertura do FGC.

8. CDB ou Tesouro Direto: qual vale mais a pena?

Depende do seu perfil. O CDB pode ter rentabilidade superior e liquidez flexível, mas envolve risco de crédito. O Tesouro Direto oferece mais segurança institucional e maior previsibilidade, ideal para grandes volumes ou longo prazo.

9. Posso investir em CDB com pouco dinheiro?

Sim. Muitos bancos e corretoras permitem investir em CDBs com valores a partir de R$ 100. É possível encontrar boas opções com liquidez diária e taxas competitivas para pequenos aportes.

10. Como declarar CDB no Imposto de Renda?

O CDB deve ser declarado na ficha de “Bens e Direitos”, grupo 04 (aplicações de renda fixa), com o saldo em 31/12. Os rendimentos, mesmo tributados na fonte, também devem constar na ficha de “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”.

José Carlos Sanchez Jr.

José Carlos Sanchez Jr.

Jornalista e redator especializado em economia, finanças e investimentos, com experiência em cobertura de mercado, políticas públicas e programas sociais. É Administrador de Empresas com MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Autor e fundador do portal IA do Dinheiro.

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