Economia “ruim ou péssima” para 58% dos brasileiros: entenda como isso afeta suas finanças

Nova pesquisa mostra queda na confiança econômica e alerta para impactos diretos no bolso do consumidor — principalmente no planejamento e na segurança financeira.

Em meio a sinais de desaceleração econômica e inflação ainda resistente, um novo levantamento da Futura/Apex, divulgado pela CNN Brasil em julho de 2025, revelou que 58,3% dos brasileiros consideram a situação econômica do país “ruim ou péssima”.

A percepção negativa, embora ligeiramente melhor que os 60,3% registrados em junho, ainda evidencia um cenário de desconfiança generalizada.

Apesar de ser um dado subjetivo, a sensação de insegurança econômica tem reflexo direto no comportamento financeiro das famílias. E o problema vai muito além do pessimismo: ele impacta a forma como os brasileiros consomem, poupam e se planejam.

Prefere ouvir o artigo? Então aperte o play!

Inflação e desemprego continuam no topo das preocupações

Segundo a pesquisa, 58,5% dos entrevistados apontam a alta de preços como a maior preocupação, enquanto 42,5% temem o desemprego.

Esse sentimento atinge não apenas quem está em situação de vulnerabilidade, mas também classes médias que viram seu poder de compra cair mesmo com renda estável.

A inflação acumulada nos últimos 12 meses, embora em desaceleração, ainda pressiona categorias básicas como alimentação, saúde e transporte, dificultando o equilíbrio do orçamento mesmo entre aqueles que tentam manter o controle.

Como esse cenário impacta suas finanças pessoais?

A confiança (ou a falta dela) funciona como um termômetro do comportamento financeiro. 

Em momentos de otimismo, é comum vermos mais consumo, ampliação de crédito e investimentos em bens duráveis. Já em momentos de incerteza, o movimento tende a ser de contenção, medo de endividamento e foco no presente.

Isso pode ser bom para evitar gastos por impulso, mas também representa um risco: quem paralisa o planejamento financeiro por medo do futuro acaba preso no curto prazo, deixando de construir reservas e se preparar para emergências.


Leia também:


É hora de apertar os cintos?

Mais do que isso: é hora de estratégia e inteligência na gestão do dinheiro. Ajustar o padrão de vida, rever gastos fixos, evitar dívidas desnecessárias e organizar um fluxo de caixa pessoal claro são passos fundamentais.

A leitura do cenário macroeconômico deve servir como sinal de alerta, não de paralisia. Mesmo com incertezas, é possível — e necessário — continuar cuidando das finanças pessoais com disciplina e visão de longo prazo.

Dica prática: aproveite a maré para revisar seus hábitos financeiros

  • Está com dívidas? Negocie com foco em taxa de juros e prazo, não apenas no valor da parcela;
  • Tem reserva de emergência? Se não, comece com um valor mensal fixo, ainda que pequeno;
  • Costuma gastar sem controle? Use ferramentas gratuitas ou IA para mapear suas despesas e criar alertas de limite.

Esses passos simples fazem toda a diferença em períodos de instabilidade e podem proteger você de decisões impulsivas motivadas por medo ou desinformação.

Portanto, em vez de esperar que o cenário melhore para agir, é hora de virar o jogo com organização, conhecimento e atitude proativa.

José Carlos Sanchez Jr.

Administrador de Empresas com MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atualmente é consultor financeiro e redator especialista em finanças.

Scroll to Top