Como usar a renda extra para quitar dívidas e construir a reserva de emergência!

Muita gente sonha em ter uma vida financeira tranquila: contas em dia, dinheiro guardado e liberdade para aproveitar a vida sem medo do fim do mês.

Mas, para a maioria dos brasileiros, a realidade é bem diferente: dívidas acumuladas, faturas atrasadas e nenhum centavo guardado para imprevistos.

E aí vem aquela pergunta seguida de frustração: como inverter esse jogo? Um dos passos mais importantes que pode ajudar você a quitar dívidas é começar a fazer uma renda extra.

Aliás, a renda extra ajuda não só a pagar as contas, como também a construir a tão sonhada reserva de emergência. E neste artigo vamos mostrar como você pode dar os primeiros passos com inteligência. Vem com a gente!

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Por que a renda extra é tão importante?

Ter uma renda extra é importante porque ela é uma fonte adicional de dinheiro além do seu salário fixo. Esse valor adicional ajuda você a sair do sufoco e organizar melhor as suas finanças.

E hoje em dia, com o avanço da tecnologia ficou ainda mais fácil fazer uma renda extra. Afinal, você pode trabalhar como redator freelancer, como designer, dando aulas particulares, ou até mesmo fazendo bolos de pote. 

Aqui o que vale é você pensar em algo que faça bem e que goste de fazer, pois, com o tempo essa renda extra pode se tornar até mesmo sua fonte principal de dinheiro.

Inclusive, ela é um respiro financeiro. E você deve usá-la para reorganizar suas finanças como forma de acelerar a sua tão sonhada liberdade financeira.

Primeiro passo: quitar dívidas

Assim que você encontrar um nicho para começar a fazer uma renda extra, o primeiro passo é começar a usar esse valor para quitar as suas dívidas. Por quê?

Dívidas, principalmente as com juros altos (como cartão de crédito e cheque especial), funcionam como um buraco infinito.

Cada mês que passa, os juros aumentam e o valor que você deve cresce, mesmo que você pague o mínimo. Desse modo, enquanto houver dívidas, fica difícil pensar em investir ou guardar dinheiro.

Priorize as dívidas mais caras

Agora você pode perguntar: e como eu faço para organizar e pagar as dívidas? Em primeiro lugar, você precisa listar tudo o que deve em uma planilha ou caderno.

Anote o valor total da dívida, a taxa de juros, o valor da parcela mensal, enfim, tudo o que você precisa saber sobre ela. Em seguida, priorize aquelas com os juros mais altos.

Por exemplo: se você deve no cartão de crédito, essa deve ser a prioridade número 1. Depois, cheque especial, empréstimos pessoais e assim por diante.

Use estratégias de pagamento

Existem duas estratégias muito conhecidas que vão ajudar você a quitar suas dívidas e sair do vermelho:

  • Avalanche: prioriza as dívidas com maior taxa de juros primeiro, reduzindo o valor total pago;
  • Bola de neve: foca nas dívidas menores primeiro, gerando motivação ao ver algumas contas quitadas rapidamente.

Se tiver renda extra entrando, direcione o máximo possível para essa dívida prioritária. Quanto mais rápido você se livrar dela, mais dinheiro vai sobrar no futuro.

E como escolher entre uma estratégia e outra? Tudo depende do volume das suas dívidas. Se o que você deve está mais concentrado em cartão ou cheque especial, foque no método avalanche.

Agora se o que você deve está bastante pulverizado, com dívidas pequenas e outras maiores, aí o ideal é priorizar o método bola de neve.


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E depois? Hora de montar a reserva de emergência

Depois que você quitar ou controlar as dívidas, o próximo passo é começar a formar sua reserva de emergência, que é um valor voltado para imprevistos, como:

  • Perda de emprego;
  • Problemas de saúde;
  • Despesas urgentes.

Essa reserva de emergência vai evitar que você entre novamente no vermelho, e será uma espécie de colchão financeiro para sua organização.

A recomendação geral é juntar o equivalente a 3 a 6 meses das suas despesas mensais fixas. Então, se o seu custo de vida mensal é de R$ 3 mil, a reserva de emergência ideal seria de R$ 9.000 a R$ 18.000.

Como usar a renda extra para montar a reserva

Depois que as dívidas estiverem resolvidas ou ao menos controladas, continue usando a renda extra para depositar na reserva.

Por exemplo, se você está fazendo R$ 1 mil de renda extra, deixe R$ 800 para ir pagando as dívidas, e os outros R$ 200 comece a guardar em um ativo de baixo risco, como Tesouro Selic ou um CDB com liquidez diária.

Ao separar o dinheiro automaticamente para fazer o seu fundo de emergência, você evita a tentação de gastar em coisas supérfluas.

Posso dividir a renda extra entre dívidas e reserva?

Agora você pode estar em dúvida: então eu divido entre guardar e pagar as dívidas? Cada caso é único, e se as dívidas tiverem juros muito altos, o melhor é priorizar 100% da renda extra nelas.

Porém, se as dívidas já estão em condições controladas (parceladas com juros baixos), pode ser interessante já começar a montar uma pequena reserva paralela, usando a estratégia:

  • 80% da renda extra para quitar dívidas;
  • 20% para iniciar a reserva de emergência.

Essa divisão dá segurança emocional (ter algum valor guardado) e, ao mesmo tempo, ajuda a resolver as dívidas.

E onde entra a tecnologia?

Hoje, existem vários apps e ferramentas digitais que ajudam a planejar e controlar para onde vai a renda extra. Alguns permitem:

  • Categorizar cada entrada e saída;
  • Criar metas automáticas para reserva de emergência;
  • Emitir alertas quando você tenta usar a reserva;
  • Simular quanto tempo falta para quitar todas as dívidas.

Além disso, a inteligência artificial já é usada em bancos e aplicativos para sugerir cortes de gastos, prever futuros problemas financeiros e até negociar dívidas automaticamente.

Conclusão

Como você pode ver, não importa se sua renda extra é de R$ 200 ou R$ 2.000 por mês. O segredo está na consistência e disciplina. Ao usar a renda extra para quitar dívidas, você elimina um peso enorme e para de perder dinheiro com juros.

E, ao construir uma reserva de emergência, você cria uma base sólida para evitar dívidas no futuro. A caminhada pode parecer longa, mas cada passo já é uma vitória. 

FAQ – Perguntas Frequentes

O que fazer primeiro: quitar dívidas ou montar a reserva de emergência?

O ideal é priorizar a quitação de dívidas com juros altos, como cartão de crédito e cheque especial. Depois que estiver controlado, comece a montar a reserva de emergência.

Quanto da renda extra devo usar para pagar dívidas?

Recomenda-se usar até 100% da renda extra para dívidas, principalmente se os juros forem altos. Se as dívidas forem controladas, pode dividir, por exemplo: 80% para dívidas e 20% para reserva.

Qual o valor ideal para a reserva de emergência?

O valor recomendado é de 3 a 6 meses das despesas fixas. Se você gasta R$ 3.000 por mês, o ideal é ter de R$ 9.000 a R$ 18.000 guardados.

Posso usar a renda extra para investir em vez de quitar dívidas?

Não é indicado. Dívidas com juros altos crescem mais rápido do que qualquer investimento conservador. Priorize sempre quitar as dívidas primeiro.

Onde investir a reserva de emergência?

A reserva deve ficar em aplicações seguras e com liquidez diária, como Tesouro Selic ou CDBs de liquidez imediata. Isso garante acesso rápido em caso de emergências.

Por que é importante ter uma reserva de emergência?

Para evitar contrair novas dívidas em situações inesperadas, como problemas de saúde, perda de emprego ou despesas urgentes. Ela é a base da saúde financeira.

Posso gastar a renda extra em lazer ou presentes?

O ideal é usar a renda extra para organizar suas finanças primeiro. Depois de quitar dívidas e montar reserva, pode separar parte para lazer, sempre com planejamento.

Vale a pena renegociar dívidas antes de usar a renda extra?

Sim! Renegociar pode reduzir juros e facilitar o pagamento. Depois de fazer a renegociação, use a renda extra para acelerar a quitação.

Como evitar gastar a renda extra por impulso?

A melhor estratégia é automatizar transferências para quitar dívidas ou investir assim que o dinheiro entrar. Assim, você evita usar em compras desnecessárias.

Devo manter a renda extra fixa no meu orçamento?

Não. A renda extra deve ser vista como oportunidade para acelerar metas financeiras, não como gasto fixo. Ao pensar assim, você cria uma base mais sólida para o futuro.

José Carlos Sanchez Jr.

Administrador de Empresas com MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atualmente é consultor financeiro e redator especialista em finanças.

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