O programa Crédito do Trabalhador, lançado em março pelo governo federal, iniciou setembro com forte redução nos juros dos empréstimos consignados. Em apenas quatro dias, a taxa média mensal caiu de 3,48% para 2,62%, marcando um dos recuos mais expressivos desde o início da iniciativa.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, o volume total de operações já ultrapassa R$ 46,5 bilhões, beneficiando cerca de 5 milhões de trabalhadores e contabilizando 7,8 milhões de contratos ativos. O movimento é explicado principalmente pela migração de contratos antigos de consignados para a nova plataforma.
Juros em queda e pressão sobre o mercado
A trajetória descendente dos juros reforça a estratégia do governo de ampliar a competição entre bancos. “Não vamos tolerar taxas abusivas”, afirmou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, ao destacar que o programa vem se consolidando à medida que mais contratos migram para a nova modalidade.
Entre 28 de agosto e 4 de setembro, o saldo de operações cresceu de R$ 31,8 bilhões para R$ 46,5 bilhões, em grande parte devido à incorporação de 4 milhões de contratos antigos. O impacto imediato é a redução do custo médio para quem busca crédito com desconto em folha.
Bancos líderes na migração
O levantamento oficial mostra que Itaú (R$ 10 bilhões), Santander (R$ 9 bilhões) e Banco do Brasil (R$ 7,3 bilhões) lideram em valores já migrados para o programa.
A expectativa é de que o processo seja concluído até outubro, quando todos os contratos anteriores deverão estar ajustados ao modelo do Crédito do Trabalhador.
Essa redistribuição movimenta o setor bancário, uma vez que instituições tradicionais e digitais terão de rever suas ofertas para manter clientes dentro da nova plataforma.
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Portabilidade pela Carteira de Trabalho Digital
Outro ponto de destaque é a entrada da Carteira de Trabalho Digital na operação. A partir de outubro, trabalhadores poderão realizar portabilidade e refinanciamento diretamente pelo aplicativo, sem precisar passar pelas agências bancárias.
Na prática, isso significa que cada contrato poderá ser transferido para o banco que oferecer melhores condições, forçando uma nova rodada de disputa por taxas mais baixas. Para o consumidor, a perspectiva é de maior poder de negociação e economia em médio prazo.
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O que esperar daqui para frente
O Crédito do Trabalhador já se mostra como alternativa mais acessível ao crédito consignado tradicional, mas o desafio será manter a queda de juros em patamares sustentáveis.
A digitalização do processo — somada à concorrência acirrada entre bancos — deve continuar empurrando as taxas para baixo nos próximos meses. Para os trabalhadores, a recomendação é acompanhar de perto a evolução das condições e utilizar a portabilidade assim que disponível.










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