Por O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) vai ganhar uma nova função no mercado de crédito e passar a ser usado como garantia para empréstimos com juros reduzidos. A novidade está no repasse de lucros do fundo, que reforça a segurança para os bancos e permite a oferta de crédito mais acessível aos trabalhadores.
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FGTS como ferramenta de crédito
O FGTS foi criado para proteger o trabalhador em situações como demissão sem justa causa, aposentadoria e compra da casa própria. Todos os meses, o empregador deposita 8% do salário em uma conta vinculada na Caixa Econômica Federal.
Nos últimos anos, parte desse saldo já podia ser usada em modalidades de crédito, como o saque-aniversário com antecipação. Agora, o repasse de lucros também entra na equação, fortalecendo o fundo e abrindo espaço para empréstimos com juros menores.
Como funciona a novidade
Tradicionalmente, o FGTS rende pela TR (Taxa Referencial) mais 3% ao ano. Para melhorar esse desempenho, o governo distribui anualmente parte dos lucros obtidos com os investimentos do fundo.
Essa distribuição, que antes só aumentava o saldo do trabalhador, agora também funciona como lastro para operações de crédito.
Isso significa que os bancos têm mais garantias, reduzindo o risco de inadimplência e permitindo taxas mais baixas em comparação com empréstimos pessoais convencionais.
Quem pode se beneficiar
O crédito com garantia do FGTS está disponível para trabalhadores com carteira assinada que possuam saldo no fundo. Entre as vantagens estão:
- Juros mais baixos que os praticados no mercado tradicional;
- Contratação simplificada, inclusive via aplicativos;
- Rapidez na liberação, já que o risco é menor para os bancos.
O limite de empréstimo depende do saldo disponível em conta. Quanto maior o valor acumulado, maior a margem de crédito.
Impacto para a economia
A medida chega em um momento de juros elevados e dificuldade de acesso ao crédito. Especialistas avaliam que a iniciativa pode estimular o consumo, ajudar no pagamento de dívidas e até incentivar pequenos investimentos domésticos.
Além disso, ao oferecer crédito mais barato, o FGTS pode reduzir a dependência de modalidades caras, como o rotativo do cartão de crédito e o cheque especial, que continuam entre as principais causas de endividamento no país.
FGTS também como renda extra
Enquanto isso, continuam disponíveis os saques parciais, como o saque-aniversário, que libera uma fatia do saldo anualmente. Muitos brasileiros já utilizam esse recurso como renda extra.
Com a novidade do crédito baseado nos lucros, o FGTS reforça seu papel como ferramenta de planejamento financeiro, servindo tanto para emergências quanto para antecipação de projetos pessoais.
Conclusão
O uso dos lucros do FGTS como base para empréstimos representa um avanço na forma como o fundo pode apoiar o trabalhador. De um lado, o empregado consegue crédito mais barato; de outro, o sistema financeiro reduz riscos de inadimplência.
Ainda assim, especialistas recomendam cautela: usar o FGTS para pegar empréstimo pode ser uma boa solução em emergências, mas é essencial lembrar que esse recurso também funciona como reserva de longo prazo.
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José Carlos Sanchez Jr.
